São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Mostre os dentes

DEBORAH GIANNINI

Mais adultos colocam aparelhos ortodônticos para melhorar a saúde e a aparência
Nem tudo que nasce torto nunca se indireita. Com a ajuda de um aparelho ortodôntico, dentes apinhados podem se alinhar até em pacientes que já ultrapassaram os 18 anos.
Os aparelhos fixos, que antes só incomodavam a boca de adolescentes, são cada vez mais comuns em adultos, que buscam a correção de problemas estéticos e de saúde.
Com preços acessíveis e materiais mais estéticos, os aparelhos são capazes de nivelar e engrenar os dentes, melhorando a mastigação.
"Dores de cabeça, no ouvido e no maxilar podem ser causadas por dentes tortos, que dificultam a mastigação", diz Julio Vigorito, professor de ortodontia da Faculdade de Odontologia da USP.
Segundo ele, o tratamento no adulto é um pouco limitado, pois a estrutura óssea já está formada e os aparelhos ortopédicos não funcionam mais.
"Um queixo proeminente ou muito para trás, por exemplo, só podem ser corrigidos com cirurgia", afirma.
Para ganhar espaço na boca, é feito desgaste ou extração de dentes.
Vigorito explica que a ação dos aparelhos removíveis é mais limitada. "O fixo movimenta o dente nas três dimensões do espaço, o móvel só o inclina."
O ortodontista deve escolher o aparelho apropriado para cada caso.
Há opções para fugir do sorriso metálico. Com técnicas semelhantes, existem acessórios transparentes, de safira, e da cor do dente, de porcelana ou de acrílico. São mais caros (cerca de R$ 500 a mais que o tradicional) e mais frágeis.
"Eles retêm mais resíduos que o aço inoxidável. Se você come uma feijoada, por exemplo, fica um halo marrom em volta do brakte. São materiais estéticos mas ao mesmo tempo criam problemas antiestéticos", diz Alael de Paiva Lino, professor da Unicastelo. Ele considera o aparelho metálico mais vantajoso.
Um tratamento custa em média R$ 2.000 e pode durar, no máximo, três anos. "Quanto mais tempo com o aparelho mais malefícios para o tecido de suporte do dente", diz Vigorito.
É importante ter cuidado nas escolha do profissional, que deve ser especializado e capacitado. "Há muitos curiosos nessa área que não têm pós-graduação para exercer a função. Estão ocorrendo muitas ações judiciais contra tratamentos maltratados e mal-acabados", afirma Vigorito.
A Sociedade Panaraense de Ortodontia fez uma campanha para que as pessoas procurem os profissionais adequados.

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