São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997 |
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Números 'oficiais' contestam diminuição
DA REPORTAGEM LOCAL A pesquisa da FNP Consultoria e Comércio sobre o tamanho do rebanho bovino nacional contraria os dados considerados "oficiais" pelo Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA).Vicente Nogueira, técnico responsável pelo setor de pecuária de corte e leite da CNA, diz que a entidade estima que o rebanho esteja crescendo a uma taxa média de 2,3% ao ano. "Em 1995, o levantamento indicou 161,9 milhões de cabeças, número que saltou para 165,7 milhões no ano passado, e que deverá atingir 169,6 milhões de animais ao final deste ano", afirma o técnico da CNA. Os dados utilizados pela CNA e pelo CNPC são projeções feitas pelo Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a partir da última pesquisa realizada pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em 1994. "Pode até ser que esses dados não estejam corretos, mas são oficiais", diz João Carlos Meirelles, presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte e coordenador do Fórum Nacional da Pecuária. Meirelles acrescenta que todos os anos, "por excesso de zelo", o CNPC reúne representantes de toda a cadeia produtiva (pecuaristas, frigoríficos, indústria de insumos, curtumes e comércio de carne) para homologar as projeções da Embrapa. Segundo ele, os números são revisados, "dentro dos parâmetros do bom senso". "Temos o maior rebanho comercial do mundo, uma cadeia produtiva que ocupa 7,5 milhões de pessoas, e não podemos ficar sujeitos a especulações", diz Meirelles. Para ele, as estimativas da pecuária são prejudicadas pela evasão fiscal. "O abate clandestino no país ultrapassa 50% do total", diz Meirelles. A diferença entre as duas pesquisas (da FNP Consultoria e da CNA) é de mais de 25 milhões de cabeças. A FNP, que edita o Anualpec (Anuário da Pecuária Brasileira), afirma seguir a metodologia adotada pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seus cálculos. "Dividimos o total de animais em 23 rebanhos e consideramos uma série de indicadores técnicos nesta pesquisa, como as vendas de antibióticos, os abates mensais e o processamento de couros", diz Victor Abou Nehmi, coordenador da FNP. Nehmi afirma que os dados da consultoria são utilizados como referência pelo Usda nas estimativas sobre o tamanho do rebanho mundial. Texto Anterior: Para Rainha, fazendeiros não 'botam a mão no peito da vaca' Próximo Texto: Suframa testa novo assentamento Índice |
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