São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997
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Cubanos abrem festival internacional em SC

MARCELO NEGROMONTE
ENVIADO ESPECIAL A JOINVILLE (SC)

Os 13 integrantes do BNC (Ballet Nacional de Cuba) fizeram uma apresentação tradicional, sem inovações, porém aplaudida de pé por cerca de 3.000 pessoas presentes na abertura oficial do 15º Festival de Dança de Joinville, anteontem, na cidade catarinense.
Na última sexta-feira, o BNC fez a mesma apresentação para convidados na pré-abertura do evento em que a bailarina cubana Alicia Alonso, 76, foi homenageada.
"Estou muito contente. O festival é muito bonito, além de tratar muito bem os artistas. Estou mais contente ainda com o público, que é jovem", disse Alicia, fundadora e diretora do BNC, que possui 130 integrantes em seu corpo de baile.
Na cerimônia, com discurso do prefeito Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e comandada pela atriz Cissa Guimarães, Alicia recebeu flores de Ana Botafogo, sua aluna, que faz um pas de deux hoje com o cubano Lienz Chang.
O espetáculo de abertura, marcado para começar às 20h, atrasou 40 minutos, o que provocou uma certa irritação no público presente no ginásio Ivan Rodrigues.
Nesse ínterim eram exibidas imagens dos "melhores momentos" da homenagem a Alicia Alonso.
Ao aparecer no telão do ginásio, o prefeito foi solenemente vaiado pela platéia.
O BNC começou apresentando "La Vivadiere", de Cesare Pugni, mesmo autor de "Giselle", com coreografia de Arthur de Saint-Leon. Depois foi a vez de "Canto Vital", de Mahler, e do tradicional "Lago dos Cisnes", de Tchaikovski.
O número mais aplaudido foi "Bonecos", em que um boneco ganha vida, com coreografia de Alberto Mendez.
O balé de Cuba encerrou a noite de abertura do festival com "Majismo", que utiliza trechos do balé da ópera "El Cid".
O BNC veio ao Brasil graças à intermediação feita por Antonio João Prestes, filho do líder político Luiz Carlos Prestes, e de sua mulher, Jobraska Negrão, coreógrafa e professora da Escola Coreográfica de Moscou do Teatro Bolshoi.
No próximo dia 20 o BNC inicia turnê de três meses pela Europa.

O jornalista Marcelo Negromonte viajou a convite da organização do festival

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