São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997 |
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Aprendizado é eterna ascensão e queda
ISABELLE SOMMA
Para evitar filas é aconselhável aparecer no ski shop às 8h30. O iniciante não pode deixar de alugar o equipamento completo: macacão, luvas antitérmicas e esquis. Após experimentar as botas (que têm de estar firmes no calcanhar), peça os esquis para iniciantes (que são menores e mais fáceis de manejar). Ao sair, trajado em seu macacão "cor-de-fábrica-de-auto-peças", deixe a bota folgada para se movimentar melhor e equilibre os esquis no ombro. Carregar os esquis é uma arte bem mais obscura do que esquiar. Em seguida, é hora de dirigir-se à "boletería" e comprar os tíquetes para usar os teleféricos (lifts). No primeiro dia, o iniciante provavelmente só usará o Poma, o ski lift da "pista dos tontos". Os tíquetes devem ser colados em um arame pregado no zíper do macacão. No dia anterior, o iniciante já terá reservado o horário para a sua primeira aula. Prefira o começo da manhã, para que não haja tanta platéia para observar seus tombos. Tente seguir exatamente o que o instrutor pedir. Aprender a levantar-se rápido é necessário para que a aula renda mais. Quando seu gás (ou paciência) acabar ou a fome apertar, surge a dúvida: o que fazer com toda a parafernália? O primeiro passo é descolar a bota do esqui. Se a intenção é apenas saciar-se e voltar à "lida", enterrar os esquis na neve (no local designado) é o mais indicado. Decore o número do equipamento e parta para o almoço. Mas, se seus planos vão se estender até o final da tarde, deposite o equipamento no guarda-esquis e resgate seus sapatos. Uma dica: dependendo do tratamento dispensado aos guardadores de esquis, eles mesmos se oferecem para devolver o equipamento ao ski shop no último dia. Portanto, alguns "muchas gracias" fazem diferença. Meios de elevação A difícil técnica de sair dos lifts sem rolar no chão exige concentração. No caso de tomar uma velocidade excessiva na saída, a solução é mirar a lixeira e segurar-se nela. Para os iniciantes, essa é a sua principal utilidade. Os esquiadores de primeira viagem não têm como escapar da escola de esqui. As aulas servem para aprender os primeiros passos e para aperfeiçoar o desempenho do esquiador mais experiente. O instrutor Pato Fernandez, 35, diz que, com duas horas de aula e treinamento, é possível encarar as pistas verdes (para iniciantes) e azuis (nível intermediário). "Quem mais se machuca é quem não pega aula", diz o instrutor. Segundo ele, há iniciantes que em sete dias já estão aptos a esquiar nas pistas pretas (nível avançado). A primeira lição é sobre como lidar com o equipamento. Depois, o instrutor mostra o conceito da cunha, a forma com que o iniciante começa a deslizar. As pontas da frente dos esquis ficam próximas e as de trás, bem separadas. Em seguida, o aluno vai aprender a virar em cunha. Uma dica muito útil é olhar para a direção em que você quer seguir. Instintivamente, o corpo faz o resto. Outro importante ensinamento é frear em cunha. Uma forma é fazendo uma curva. Outra é encostar o máximo possível a parte de dentro dos pés no chão. Mas, de todos os ensinamentos, o mais útil, nos primeiros dias, é o de como se levantar do chão. Sente-se de lado e coloque os dois esquis paralelos. Pegue um dos bastões e coloque-o fincado na neve, segurando com uma mão a parte de baixo e com a outra a parte de cima do bastão. Apóie os pés no chão, a mão que está embaixo e dê um impulso para cima. "A pessoa com experiência que pára de ter aulas não progride e não se diverte", diz Fernandez. Para alunos mais adiantados, esquiar em cunha torna-se enfadonho. Chega então a hora de aprender a deslizar com os dois esquis paralelos, o que dá mais rapidez e facilidade aos ziguezagues. É importante respeitar seus limites para não voltar para o hotel de maca. (ISABELLE SOMMA) Texto Anterior: Números demonstram vitalidade Próximo Texto: Brasileiro tem recepção VIP Índice |
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