São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997 |
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Indústrias descartam repassar aumento MAURICIO ESPOSITO MAURICIO ESPOSITO; ARTHUR PEREIRA FILHO
As indústrias de eletroeletrônicos, automobilística e de bens de capital descartam no momento a possibilidade de aumentar seus preços devido ao recente reajuste do aço, de até 12,5%. Com vendas desaquecidas e sem perspectiva de melhora, as algumas indústrias negociam com as siderúrgicas formas de amenizar o aumento. "Queremos reverter ou parcelar o reajuste", disse o diretor de logística e compras da Eletrolux do Brasil, João Cláudio Guetter. Segundo afirmou, representantes da empresa e das principais siderúrgicas deverão se reunir nesta semana para discutir o aumento. Para o tipo de aço consumido pela Eletrolux, o aumento médio foi de 9,5%. O impacto no preço final da indústria, em caso de repasse integral, seria de até 5%. "É inevitável negociar, pois a indústria de eletroeletrônicos é um dos setores que mais compra aço", afirmou Roberto Macedo, presidente da Eletros (entidade que reúne as indústrias de produtos eletroeletrônicos). A Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), que começa a praticar seus novos preços a partir de hoje, vem negociando separadamente com cada cliente formas de amenizar o impacto do aumento, informou a Superintendência de Comunicação da empresa. As negociações entre a Cosipa e os clientes estão em andamento há duas semanas e em alguns casos o parcelamento foi uma das opções discutidas. A empresa, que aumentou 8,4% seus preços, em média, não revela detalhes sobre essas negociações. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) já vende com os novos preços, mas também está aberta a negociações com seus clientes, segundo sua assessoria de imprensa. A empresa não fornece maiores informações sobre as negociações. A indústria de maquinas e equipamentos também descarta repassar ao preço o aumento do aço. "Ficaríamos fora do mercado", afirma o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite. As montadoras de automóveis negociam com os fornecedores de aço plano os novos preços da matéria-prima. Os fabricantes não estão dispostos a pagar mais pelo produto, que representa até 10% do custo de produção de um carro, dependendo do modelo. José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da Anfavea, diz que a alta do aço não significa aumento automático do preço do automóvel. Segundo ele, o aumento do carro é definido pelo mercado e não por pressão de custos. Texto Anterior: Laboratórios devem negociar US$ 800 mi Próximo Texto: Gerdau e RS vão investir US$ 350 mi em usina Índice |
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