São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Golden é acusada de sonegar impostos

Empresa nega acusações de procuradores

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Seis diretores da Golden Cross Assistência Internacional de Saúde foram denunciados pelo Ministério Público Federal à Justiça por supostos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e omissão ou falsificação de informações tributárias para sonegar impostos.
Os denunciados -entre eles o fundador da Golden Cross, Milton Solani Afonso- são acusados de cometer os delitos para não pagar impostos que, de acordo com a Receita Federal, geraram créditos tributários (tributos atrasados, com correção, juros e multas) de R$ 317.324.298,43.
A denúncia foi feita pelos procuradores da República Rogério Nascimento e Silvana Góes, que também pediram a decretação da indisponibilidade de bens dos acusados. O juiz Abel Fernandes Gomes, da 4ª Vara Federal, recebeu-a ontem e ainda não decidiu se vai aceitá-la ou arquivá-la.
A Golden, segundo a denúncia, teve cassada a sua imunidade tributária e distorceu informações em seus Relatórios Anuais de Filantropia relativos a 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993. O objetivo seria evitar o pagamento de impostos, mediante a apresentação de supostos comprovantes de gastos filantrópicos, que seriam falsos.
Além de Milton, foram denunciados o presidente da empresa, Paulo César de Carvalho Afonso, e os diretores José Carlos Leal Jourdan, Cylo Carvalho da Silva, Fernando Rodrigues dos Santos e Benjamin Carvalho da Silva. Olívio Vieira, também denunciado, já morreu, informou a empresa.
O diretor jurídico da Golden Cross, Gian Maria Tosetti, disse ontem que todas as acusações são infundadas e garantiu que a Golden Cross não deve impostos, por ter imunidade tributária garantida na Constituição. Admitiu, porém, que a Receita Federal tenta cobrar supostos tributos em atraso.
Tosetti prometeu processar as autoridades que atacaram a Golden e disse que no passado já houve tentativas semelhantes.

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