São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Boicote de Farah tem resistência em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A proposta do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, que passou a defender o abandono dos clubes paulistas ao Brasileiro-97, já encontra resistência interna.
Nenhum dos clubes do Estado que disputam a divisão principal -Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Lusa, Guarani, União e Bragantino- firmou uma posição oficial favorável à idéia.
O Guarani, por sua vez, já antecipou que é contra o plano do presidente da FPF, que protesta contra a inclusão de Bragantino e Fluminense na Série A do Brasileiro. Ambos foram rebaixados no Brasileiro-96 e reconduzidos à divisão de elite em 21 de junho pela CBF.
Farah convocou uma reunião para amanhã, na sede da FPF, "para que os clubes paulistas tomem uma decisão definitiva."
"Eu estarei em Criciúma com meu clube e nem vou à reunião porque acho que abandonar o campeonato agora iria tumultuar ainda mais a situação. Um erro não justifica o outro", afirmou o presidente do Guarani, Beto Zini.
O Santos também se mostra mais inclinado a condenar o projeto de Farah. Segundo o presidente do clube, Samir Abdul-Hak, "a idéia é tardia e deveria ser tomada antes do início do torneio".
O presidente da Lusa, Manuel Gonçalves Pacheco, foi o único a dizer que abandonaria o Brasileiro, mas desde que "os grandes também fizessem isso".
O chamado "trio de ferro", formado por Corinthians, São Paulo e Palmeiras, que deve determinar a posição da Lusa e também do União e até do Bragantino, ainda não se pronunciou. Os presidentes dos três clubes estão reticentes.
Enquanto não obtém o apoio dos clubes, Farah articula nos bastidores. Segundo ele, os quatro times paulistas da Série B do Brasileiro -Ponte Preta, Mogi Mirim, XV de Piracicaba e Botafogo- são favoráveis ao boicote. "Todos já me deram procuração para decidir."
A idéia de Farah é promover um Campeonato Paulista entre 24 de agosto e 17 de maio do próximo ano em substituição ao Brasileiro. Nesse período, haveria uma interrupção para o Rio-São Paulo.
O grande empecilho ao projeto é o contrato que os clubes firmaram com as TVs -Globo, Bandeirantes, ESPN Brasil e Globosat- para a disputa do Brasileiro.
Farah está negociando com as emissoras e oferece o próximo Paulista a elas.

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