São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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François Furet morre na França aos 70

MARTA AVANCINI
DE PARIS

O historiador francês François Furet morreu aos 70 anos em decorrência de um acidente cerebral. A morte, divulgada ontem pela família, ocorreu sábado em um hospital de Toulouse (sul do país), onde ele estava internado, em estado crítico, desde terça-feira.
Furet caiu enquanto jogava partida de tênis em Saint-Pierre-de-Toirac. Ele bateu a cabeça no chão, o que causou o acidente. Levado ao hospital, permaneceu na unidade de terapia intensiva, entrou em coma profundo e não se recuperou.
Nascido em 27 de março de 1927, Furet era considerado um dos mais importantes estudiosos da Revolução Francesa (1789). Seu livro "Pensar a Revolução", lançado em 1978, rompe com a abordagem marxista, então consagrada.
Em vez de compreender a Revolução Francesa como a ascensão da burguesia, provocada pela queda da aristocracia, Furet propõe uma leitura política, que privilegia as relações de força entre os diferentes poderes.
O comunismo foi outro objeto de estudo de Furet. Em 1995, ele lançou o ensaio "O Passado de uma Ilusão - Ensaio sobre o Ideário Comunista no Século 20", obra sobre a relação dos homens do século 20 com a idéia de comunismo.
Furet teve uma carreira acadêmica de sucesso. Ele se tornou pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas em Científicas aos 29 anos. Nos anos 60, foi um dos fundadores da revista "Le Nouvel Observateur". Ele também foi diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais entre 66 e 88. Simultaneamente, trabalhou na Universidade de Chicago (EUA). Em março deste ano, foi eleito membro da Academia Francesa.
Furet vai ser enterrado em Figeac (sul da França), após uma cerimônia reservada à família.

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