São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Pitta afirma que "paciência tem limite"

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, disse ontem estar recebendo "uma dose concentrada e cavalar de críticas e ataques" desde que assumiu o governo em janeiro deste ano.
"São vicissitudes que um homem público passa ao longo de 20 anos e que eu estou passando, concentradamente, em apenas sete meses de administração", disse Celso Pitta, afilhado político do ex-prefeito Paulo Maluf.
O motivo, segundo o prefeito, seria o fato de ele ser uma "novidade no cenário público do país". "Temos uma novidade que está sendo testada em todos os aspectos, inclusive a paciência. E, como sabemos, a paciência de todo ser humano tem limite", disse.
As declarações foram feitas durante a inauguração de um conjunto habitacional no Jardim Caguaçu, na zona leste de São Paulo.
Pitta fazia referência às denúncias da CPI dos Precatórios e às acusações de irregularidades na venda de frangos para a prefeitura.
'Deixem falar'
No palanque, em discurso, Celso Pitta tentou demonstrar que não se importa com as críticas. "Estão falando mal de mim, deixem falar. A minha resposta está aqui. É o concreto, é o cimento, é a habitação popular. O resto é o resto."
Para os jornalistas, Celso Pitta declarou que sente uma certa impaciência "com a constância de críticas e calúnias".
O prefeito disse que sabe que vai continuar a ser testado. "Querem tirar meu equilíbrio, mas não vão conseguir. Não vão tirar minha vontade de ajudar São Paulo."
Pitta afirmou que as críticas não afetaram seu ânimo. "Tudo isso que estão falando a nosso respeito não nos tira a vontade de trabalhar, de fazer cumprir tudo o que prometemos para esse povo."
A inauguração do conjunto habitacional teve um clima bastante parecido com o dos comícios eleitorais do ano passado. Pitta usou até a mesma dupla sertaneja que o acompanhava em quase todos os eventos. Inúmeras faixas de apoio ao prefeito foram estrategicamente colocadas pela sua equipe.

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