São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Verba da privatização é centro de discórdias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O uso dos recursos da privatização rachou o governo. De um lado estão o ministro Pedro Malan (Fazenda) e a diretoria do Banco Central. Do outro, os ministros Sérgio Motta (Comunicações) e Antonio Kandir (Planejamento).Malan e os diretores do BC, preocupados com a fragilidade das contas públicas, defendem que todos os recursos sejam destinados para reduzir a dívida pública. Motta e Kandir, ministros políticos, estão de olho nas eleições de 98. Querem que uma parcela do dinheiro seja usada em projetos econômicos e programas sociais. O ministro das Comunicações tem defendido sua proposta publicamente. Para ele, só metade do dinheiro tem de abater a dívida. Kandir apóia a proposta de Motta, mas deve defender que mais do que 50% abatam a dívida pública. Ontem, o presidente do BC, Gustavo Loyola, fez questão de afirmar que a política econômica conta com o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso. "A equipe econômica não é contra o desenvolvimento, mas a estabilidade é uma questão básica", disse. Questionado sobre os efeitos da crítica de Motta a Gustavo Franco, Loyola disse que a "declaração de ministro e de qualquer outra pessoa não tem importância quando temos o apoio do presidente". O ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) disse ontem que nos próximos dias FHC vai convocar uma reunião ministerial para discutir o tema com todo o governo. O ministro disse que ainda não há data para essa reunião. "Ela vai acontecer no dia e na hora certa", afirmou Carvalho. Segundo o ministro, o presidente quer deixar claro qual será o destino desses recursos. "O importante para o país e para os investidores estrangeiros é que o governo diga o que vai fazer." Carvalho afirmou, no entanto, que a maior parte dos recursos será destinado para abater a dívida pública. "Quanto? Não tenho dúvida que a maior parte será para isso." Texto Anterior: Motta ataca Gustavo Franco e deixa mercado mais tenso Próximo Texto: Bolsa tem pior queda desde janeiro de 95 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |