São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Telebrás cai 7,7% na Bolsa de Nova York

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda das Bolsas brasileiras se refletiu na cotação dos papéis brasileiros negociados na Bolsa de Nova York. ADRs (American Depositary Receipts) da Telebrás despencaram 11,25 pontos (-7,7%).
Por conta das vendas, as ações da Telebrás foram a segunda mais negociada no pregão de Nova York.
A queda dos papéis brasileiros nos EUA havia começado na tarde de segunda-feira, refletindo o movimento de vendas das ações nos pregões brasileiros.
Por tabela, as ADRs de empresas argentinas e mexicanas negociadas no mercado dos EUA também caíram, embora menos: -4,4% no caso da Telmex, por exemplo.
Os investidores venderam os papéis latino-americanos por temor de que uma crise cambial na região leve à desvalorização das moedas desses países.
A interpretação mais corrente no noticiário internacional para o "crash" aponta o temor dos investidores do mercado brasileiro de que a crise cambial asiática se espalhe para a América Latina.
Entre todas as moedas latino-americanas, o real é descrito nos "flashes" noticiosos como a mais vulnerável -por causa da sobrevalorização do câmbio.
Os boletins que circularam ontem pela Internet ressaltavam que o déficit em contas correntes do Brasil chegara a 4,2% do PIB (Produto Interno Bruto).
Entretanto, vários operadores norte-americanos lembram que as Bolsas brasileiras eram, até a queda, as que mais subiram no continente neste ano: 73,53% em dólar, no caso da Bovespa.
E os mercados mais suscetíveis à realização de lucros, acrescentam os analistas, são obviamente aqueles que mais subiram.
Era o caso típico do brasileiro, que, nos últimos meses, atraiu, por meio de fundos de ações que rendiam até 10% ao mês, até investidores de classe média.
Operadores brasileiros brincam que quando os "não-profissionais" (a classe média) entram no mercado é hora de sair. Por isso, vários apostam que, após o que chamam de "queda irracional", virá uma recuperação da tendência de alta das Bolsas brasileiras.

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