São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Itamar & Maluf

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - A mais nova especulação sobre alianças em 98 coloca Paulo Maluf e Itamar Franco juntos.
Eis o que se ouve em Brasília sobre essa possibilidade, ainda remota:
1) Maluf - se for mesmo candidato ao governo paulista, terá de manter um discurso a favor do real e da estabilidade econômica. Só que o pacto de boa vizinhança com FHC será dinamitado pelos tucanos, que exigirão do Planalto um apoio explícito a Covas.
Por isso, sobraria para Maluf apoiar o outro pai do real, Itamar Franco;
2) Itamar - candidato a presidente, ficaria impossibilitado de apoiar Covas para o governo de São Paulo, pois os tucanos estarão todos com FHC.
Também não haveria opção à esquerda (o PT terá candidato próprio) nem à direita (o PFL e seus congêneres devem apoiar FHC).
Como um candidato a presidente tem de ter boa votação no maior colégio eleitoral do país, a opção natural seria uma aliança com Paulo Maluf;
3) condições para a aliança - para que a união ocorra é necessário, antes de mais nada, que Maluf seja candidato ao governo de São Paulo. E que Itamar dispute a Presidência.
É isso que ainda está longe de ser definido. Mas, para quem gosta de fazer exercícios de futurologia, fique registrado que malufistas e itamaristas pensam muito nessa hipótese.
*
A estrelinha de hoje vai para o PT.
Lula já disse uma vez que o governador de Brasília, Cristovam Buarque, precisava "acabar com essa imagem que tem de ser trapalhão".
Pois bem. Ontem, em Brasília, o governador petista começou a retirar 1.264 barracas de camelôs do centro da cidade -um agrupamento conhecido como feira do Paraguai e especializado em contrabando.
Os camelôs foram levados para a periferia de Brasília. Ali, em tese, serão inscritos na Receita Federal e deles será cobrado imposto.
Cristovam resolveu um problema. Já a imagem de trapalhão é mais difícil de sepultar. Mas, sem dúvida, o petista deu passo para se livrar da pecha.

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