São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Advogado nega contatos com prefeito

OTÁVIO DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado criminal José Roberto Leal de Carvalho, 51, negou que seu cliente Yasha Moghrabi tenha recebido US$ 30 mil do prefeito Celso Pitta, por meio de um intermediário, para convertê-los em reais e pagar o Vectra adquirido por Pitta em maio de 96.
Ele confirmou, no entanto, que Moghrabi "mantém negócios" há mais de um ano com João Ribeiro da Silva, dono da Comercial Distribuidora Photography Ltda..
"Silva é credor de meu cliente", disse. Ele não quis dar detalhes sobre os negócios entre os dois. Carvalho também negou que Moghrabi atue como doleiro, mas não deu detalhes sobre as atividades de sua empresa, a Mármore Representações. "Ele intermedeia negócios. Faz a ponte entre quem quer comprar e quem quer vender", diz.
Prisão
Até o fechamento desta edição, Moghrabi permanecia preso na casa de custódia da Polícia Federal. Ele foi preso anteontem após ser autuado em flagrante.
Ontem, seu advogado entrou com pedido de liberdade provisória na 4ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, mas o juiz João Carlos da Rocha Mattos pediu manifestação do Ministério Público, o que não aconteceu ontem.
Ele está sendo acusado de prática de crime do colarinho branco (contabilidade paralela), evasão de divisas e agiotagem, com base em documentos apreendidos em diligências realizadas pela PF no escritório e na casa de Moghrabi.
Além de um comprovante de depósito de US$ 180 mil, em nome de Moghrabi, no Banco Aliado, no Panamá, a PF apreendeu contas de telefone onde estão registradas ligações para os Estados Unidos, a Suíça e o Paraguai.
"Ele tem familiares em vários lugares do mundo", diz o advogado. Também foram encontradas fichas, em branco, de abertura de conta em um banco nos EUA.
Nas diligências, foram apreendidos cheques de terceiros, no valor total de cerca de R$ 27 mil. Os cheques podem ter sido dados como garantia de empréstimos a juros elevados (agiotagem).

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