São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Senadores querem amenizar relatório

Políticos podem ser excluídos

OSWALDO BUARIM JR.
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Senadores da CPI dos Precatórios vão tentar excluir do relatório do senador Roberto Requião (PMDB-PR) políticos e instituições financeiras responsabilizados por irregularidades na emissão e negociação de títulos públicos.
O primeiro passo foi dado com a decisão, tomada ontem à noite, de admitir que o relatório tenha partes de seu texto confrontadas com "votos em separado" (emendas) propostos por membros da CPI.
A apresentação dos votos em separado tem de ser feita até o dia 21. A votação deve ocorrer dia 23. Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que alguns senadores vão apresentar votos em separado para tirar do texto referências ao ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, ao ex-prefeito Paulo Maluf e ao Bradesco.
O presidente interino da CPI, Geraldo Melo (PSDB-RN) disse que o regimento permite as mudanças: "Como está, o relatório é do Requião. Para ser da CPI, os senadores têm de modificar pontos com os quais não concordam".
Suassuna afirmou que a estratégia tentará garantir, pelo menos, que o texto seja amenizado quando inclui o Bradesco em provável crime de formação de quadrilha.
Também tentará reduzir os adjetivos usados contra políticos cuja "culpa" não esteja caracterizada.
"Fleury não apareceu durante toda a CPI e de repente está no relatório." Segundo ele, um pepebista deve apresentar emenda para livrar Maluf. Um voto em separado de José Agripino Maia (PFL-RN) deve tentar excluir o Bradesco da formação de quadrilha.
Requião mais uma vez rejeitou mudanças no relatório: "Posso alterá-lo se mostrarem um ou outro erro, mas supressão de personagens absolutamente não farei".
Melo disse ter recebido ofício do presidente do Bradesco, Lázaro Brandão, contestando acusações do relatório. No ofício, que não foi divulgado, Brandão defende o vice-presidente do Bradesco, Ageo Silva, e o diretor Katsumi Kihara.
Fleury também mandou carta à CPI defendendo-se das acusações.

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