São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Casa é tragada por túnel do metrô em SP

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma casa na rua Votuporanga, no Sumaré (zona sudoeste de São Paulo), desabou parcialmente, às 22h de anteontem, após uma movimentação de terra causada pelas obras no túnel do trecho oeste do Metrô, entre as futuras estações Sumaré e Vila Madalena.
As escavações no túnel do metrô ocorrem a 14 m do nível do solo.
O acidente não causou mortes porque os moradores das três casas afetadas foram retirados dos imóveis pouco antes do desabamento, avisado por um vigia.
O Metrô anunciou que as obras não vão parar e continuarão 24 horas por dia até a conclusão do trecho, de 2,2 km, programada para o final do ano que vem.
Operários da empreiteira Constran, que realizam as escavações, teriam notado, no início da noite de ontem, que parte do solo sobre o túnel havia cedido para o interior do buraco.
No imóvel da rua Votuporanga, 243, estava apenas a dona-de-casa Dulce Meirelles de Assis, que assistia TV antes do desabamento.
Aviso
Dulce - mãe do engenheiro Luis Carlos de Assis, que trabalha no Metrô - foi avisada minutos antes do acidente por um parente.
A professora Yara Brosch de Assis, cunhada de Luis Carlos, disse que Dulce, retirada da casa, ainda tentou voltar para buscar objetos, mas foi impedida a tempo.
Segundo ela, Assis está de férias. Dulce e o marido, um professor aposentado de neurologia da USP, foram para um sítio da família, em Bragança Paulista (interior de SP).
A varanda, um quarto, um escritório e um banheiro, no segundo andar da casa, e parte do primeiro andar, desabaram para o interior do túnel com a terra que cedeu.
Parte do muro divisório da casa 261 da rua Votuporanga também cedeu, provocando rachaduras no imóvel, destruindo o Vectra do advogado Márcio Fernandes, 57, e danificando o Tipo do filho dele, o também advogado Luis Eduardo Fernandes.
O advogado, que recepcionava um casal de amigos no momento do acidente, escapou da morte por questão de segundos (leia ao lado).
Além da casa que desabou, foram interditados os imóveis do advogado e o da rua Taboão, 110, nos fundos da casa destruída.
Em risco
Outra duas casas da rua Votuporanga, incluindo a que foi do professor e arquiteto Vilanova Artigas, considerada um marco da arquitetura moderna, correm o risco de ser interditadas.
Os moradores das casas interditadas foram levados pela Constran para o hotel Metropolitan, nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo).
O Metrô disse que todas as vítimas de danos serão indenizadas.

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