São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Tesouro registra déficit de R$ 2,249 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro Nacional registrou déficit operacional (que inclui gastos com juros) de R$ 2,249 bilhões no primeiro semestre, reforçado pelo desempenho desfavorável em junho.
No mês passado, o resultado negativo chegou a R$ 1,061 bilhão, de acordo com o mesmo critério. A cifra é quase o dobro do déficit verificado em maio.
O resultado do primeiro semestre é 35,7% maior que a do mesmo período de 1996 e corresponde a 0,54% do PIB (Produto Interno Bruto), a soma das riquezas produzidas pelo país.
Os dados foram apresentados ontem pelo secretário do Tesouro, Eduardo Guimarães.
Ele afirmou que, apesar do déficit operacional, houve superávit primário de R$ 4,135 bilhões no semestre -0,84% do PIB.
O resultado (receita menos despesas) foi favorecido com o aumento de 5,54% na arrecadação, que chegou a R$ 52,442 bilhões.
No semestre, as contas do Tesouro foram prejudicadas pelo aumento de 41,5% no gasto com pagamento de juros na rolagem da dívida em títulos. Chegou a R$ 6,385 bilhões.
Também pesou no déficit operacional do semestre a elevação em 34,6% nas despesas de custeio da máquina pública federal de investimento, que somaram R$ 10,213 bilhões.
O déficit de junho, além de sofrer com o aumento das mesmas despesas, foi prejudicado pela queda na receita. A arrecadação somou R$ 7,924 bilhões. Em maio, chegou a R$ 8,691 bilhões.
Moeda podre
O governo autorizou que as estatais possam trocar moedas podres que receberam no processo de privatização de suas subsidiárias por NTN-P (Nota do Tesouro Nacional, série P).
Essas títulos, entretanto, não poderão ser negociados. Deverão ser utilizados exclusivamente no abatimento de dívidas das empresas com a União.
Segundo Guimarães, essas moedas correspondem a R$ 18 bilhões. A metade pertence à União e à Siderbrás, que deverá ser extinta. A outra metade é o que efetivamente poderá ser trocado pelas NTN-P.

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