São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Secretário de Obras diz que está ocioso

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Amigo e um dos principais aliados do ex-prefeito Paulo Maluf, o secretário de Obras e de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, diz estar "ocioso" por causa da redução no ritmo das obras municipais.
Barros, que deve deixar o governo no primeiro semestre de 1998, não culpa o prefeito Celso Pitta. Diz entender que a prefeitura "não está com a folga financeira que todos nós gostaríamos".
Em entrevista à Folha, Reynaldão, como é conhecido, diz acreditar que a situação financeira da Prefeitura de São Paulo vai melhor entre setembro e outubro.

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Folha - A prefeitura está sem dinheiro para tocar obras?
Reynaldo de Barros - Realmente, a prefeitura não está com aquela folga financeira que todos nós gostaríamos. Mas a prefeitura está em ordem. Está pagando as dívidas. Está pagando os salários em dia, está pagando as obras. Uma ou outra obra pode ter algum atraso, não sei dizer o número exato. Nunca neguei que o ritmo está lento. Realmente, está lento. Muitas obras ficaram paradas, temporariamente, por causa das desapropriações. O volume era muito grande. E à medida que avança um serviço, o terreno vai valorizando e acaba ficando com preços absurdos. Nessa hora, temos de parar e começar a discutir.
Folha - O senhor é uma pessoa que gosta de visitar canteiros de obras, colocar o pé na lama. O senhor não está um pouco frustrado com esse ritmo lento?
Barros - Estou. Não, o termo não é esse. Eu estou um pouco ocioso. Frustrado é quando acontece um fato que frustra a gente. Não é isso. Eu estou ocioso. Realmente, estou ocioso. É chato ter de reduzir o seu próprio ritmo. Eu, toda manhã, saía de casa e ia para as obras. Hoje, eu faço isso uma vez por semana porque as obras estão reduzidas e em uma velocidade bem menor. Mas acho que isso tudo é uma coisa passageira.
Folha - Um ano?
Barros - Não acredito. Tenho uma idéia que, a partir de setembro ou outubro, a coisa deve voltar à normalidade.
Folha - O senhor realmente deixa o governo entre maio e junho do próximo ano para trabalhar na campanha do ex-prefeito Paulo Maluf?
Barros - A minha vontade era realmente essa. Gostaria de entrar em mais uma campanha de Paulo Maluf. Como nada disso está certo -até hoje Maluf não disse se quer ser presidente da República ou governador de São Paulo- vou continuar tocando o negócio, vou continuar trabalhando na Prefeitura de São Paulo.

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