São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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"Cidade Azul" revela versatilidade

MÔNICA RODRIGUES COSTA

"Cidade Azul", da Cia. Truks, é um teatro de bonecos imperdível. Dirigido a um público de 3 a 10 anos, conquista de imediato a criança menor, com seus truques de teatro de luz negra e a manipulação de três bonecos que compõem a história de Menino, Menina e o Irmão Mais Velho.
O enredo de "Cidade Azul" é simples. A história das três crianças acontece na rua de uma cidade ideal. Menina perde sua bola, de propósito, só para ir à rua e brincar com Menino.
Os dois tornam-se amigos; ele, negro e pobre, e ela, loira e de classe média, retratam uma relação também ideal, sem agressividade.
O irmão vai buscar Menina a pedido da mãe e quer trucidá-la por causa da tarefa. Esse é o único fator complicador -a peripécia- do enredo.
O mérito do espetáculo é a sua realização. Com uma manipulação rigorosa, grupos de três atores vestidos de negro movimentam cada boneco sobre uma mesa. A variedade de movimentos e a expressão dos atores funcionam como máquinas de dar vida aos bonecos. Essa técnica, bunraku, à vista do espectador, tornou-se marca do grupo Truks, que já levou ao palco aventuras com a Bruxinha, personagem de Eva Furnari e, recentemente, a montagem "Histórias com Desperdício", em co-produção com o Teatro de la Plaza, da Argentina.
"Cidade Azul" também faz outro jogo interessante quando multiplica a presença dos personagens em cena. Eles ainda aparecem como bonecos de luva e como atores vestidos de bonecos, revelando a versatilidade técnica do grupo Truks.

**** CIDADE AZUL - Texto e direção: Henrique Sitchin. Com: Cia. Truks. Centro Cultural São Paulo - Sala Jardel Filho (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, região central, tel. 277-3611). 324 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 27/07. 60 min. Ingr.: R$ 6.

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