São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Policiais civis e oficiais da PM decidem aderir a paralisação

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os oficiais da Polícia Militar de Pernambuco decidiram ontem aderir à greve dos policiais da corporação, deflagrada na quarta e até então restrita a seus subordinados.
A decisão foi anunciada às 15h, em meio a uma nova tentativa de acordo entre grevistas e governo do Estado. A contraproposta do governo, de retomada de serviços essenciais, acabou sendo recusada pelos policiais, às 20h15.
O capitão Luis Aureliano, membro da comissão diretora da Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da PM, culpou o Estado.
Ele disse que, com a permanência do impasse, "a responsabilidade pelo que pode vir a acontecer passa a ser do governo estadual".
O governador Miguel Arraes não fez declarações sobre a crise.
Polícia Civil
Os policiais civis de Pernambuco entraram em greve na madrugada de ontem e paralisaram os trabalhos nas delegacias e no IML (Instituto de Medicina Legal).
Os grevistas querem reajuste no salário-base da categoria, de R$ 74,20 para R$ 130. A Secretaria de Segurança considera a greve ilegal.
A paralisação, que, segundo a Associação dos Policiais Civis, conta com 80% dos cerca de 4.700 servidores ligados à entidade, pode crescer ainda mais.
O secretário da Segurança, Antonio Moraes, disse que vai utilizar uma liminar concedida em 96 em favor do Estado contra uma greve dos mesmos policiais, para tentar colocar fim à paralisação -que, em sua opinião, é parcial.
"Arrastão"
Pelo menos dois postos de policiamento da PM foram destruídos durante a madrugada de ontem em Recife, e quatro agências bancárias foram assaltadas no Estado.
Também ontem, uma tentativa de "arrastão" em Recife provocou tumulto e levou ontem comerciantes do centro da cidade a fechar antecipadamente suas lojas.
Guardas metropolitanos tentavam conter a ação das gangues -formada em sua maioria por adolescentes. A PM e a Polícia Civil não estavam no local nem registraram a ocorrência. Segundo Fernando Guerra, presidente do CDL (Clube dos Diretores Lojistas), houve queda de 50% nas vendas.

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