São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997 |
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Governo vende última concessão da RFFSA
CHICO SANTOS
A concessão custou aos novos controladores R$ 15,8 milhões, com ágio (sobrepreço) de 37,85% em relação ao preço mínimo. Desse total, R$ 6,63 milhões serão pagos à vista, em moeda corrente, e o restante, em 108 parcelas trimestrais, com três anos de carência a contar do próximo dia 25. O grupo Vicunha, líder do consórcio, tem participações nos controles acionários na CSN e na Vale. O Bradesco também tem participação na CSN. Com a compra da malha Nordeste, seus novos controladores passam a participar do controle de todas as ferrovias existentes hoje no Brasil acima de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. A Vale é dona da Ferrovia de Carajás e opera um trecho da aproximadamente 100 km da Ferrovia Norte-Sul, pertencente à estatal Valec. A Ferrovia de Carajás se comunica em São Luís (MA) com a malha Nordeste da RFFSA, embora com trilhos de largura diferente. Em Sergipe, a malha Nordeste se interliga com a Ferrovia Centro-Atlântica, antiga malha Centro-Leste, da qual a Vale controla 12,5%, e a CSN, 12,5%. A Centro-Atlântica, por sua vez, se comunica no Rio e em Minas com a MRS Logística, antiga malha Sudeste da RFFSA, da qual a CSN detém 33% do capital total. Tanto a Centro-Atlântica como a MRS Logística se comunicam com a Estrada de Ferro Vitória-Minas, pertencente à Vale. Segundo Mozart Litwinski, superintendente de Infra-estrutura da CSN, o interesse na malha Nordeste, apesar de ela ser hoje deficitária, está relacionado com essas interligações, com os projetos dos seus novos operadores na região e com a possibilidade de a malha se tornar rentável. A CSN está construindo uma siderúrgica no Nordeste e o grupo Vicunha tem vários investimentos na área têxtil na região. Litwinski disse que os novos controladores investirão US$ 36 milhões na malha nos próximos cinco anos e poderão investir US$ 100 milhões em dez anos, se a procura por transporte justificar. Com a privatização da malha Nordeste, o governo completou um faturamento total de R$ 1,53 bilhão com as concessões operacionais dos cerca de 21 mil quilômetros de trilhos da RFFSA. Texto Anterior: Nove empresas já fecharam contratos Próximo Texto: Nove empresas acertam contratos Índice |
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