São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997 |
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Divulgação de laudo da perícia é proibida
CRISPIM ALVES
"Os laudos não vão ser divulgados porque foi decretado sigilo de investigação", afirmou Pimentel. Segundo ele, um dos motivos para a decisão seria a tentativa de não comprometer nomes de pessoas erroneamente. Apesar da declaração e sem dar muitas explicações, o diretor do IC negou que os resultados das análises comprometam alguma pessoa. "É para que a apuração seja feita com tranquilidade." Matuck se recusou a entrar em detalhes. De acordo com ele, o decisão foi tomada para não atrapalhar as investigações. O delegado afirmou ainda que só irá se pronunciar sobre o caso quando concluir o inquérito. No entanto, policiais consultados pela Folha afirmaram que a decisão teria partido de Luiz Paulo Braga Braun, delegado-geral da Polícia Civil, a pedido da superintendência da Polícia Federal. Braun teria comunicado Pimentel, por telefone, minutos antes da divulgação do laudo. À assessoria de imprensa, Braun desmentiu a informação. A superintendência da PF não comentou. Os peritos, que trabalharam parte da madrugada na elaboração do laudo, ficaram irritados com a decisão. No entanto, eles afirmaram que todas as informações já foram divulgadas pela imprensa. Conforme a Folha publicou ontem, o IC concluiu que foi realmente uma bomba o artefato que explodiu no interior do Fokker-100 da TAM no último dia 9. No laudo final, não haverá a palavra bomba, e sim os nomes "artefato explosivo" e "detonador". O relatório não afirma, em nenhuma parte, se a explosão foi criminosa ou não. O texto dirá que foram encontrados resíduos de stifinato de chumbo, componente de um detonador. Com a proibição da divulgação dos resultados finais, os peritos afirmaram que não poderiam, inclusive, revelar de qual material era composto o artefato que explodiu no interior do avião. Anteontem, só foi revelado que se trata de nitropenta ou nitrato de amônia. O IC analisou por mais de uma semana amostras das roupas do empresário Fernando Caldeira de Moura (única vítima fatal da explosão), da poltrona 17D e da fuselagem do avião. Texto Anterior: Corrupção Próximo Texto: PF já errou em casos de bomba Índice |
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