São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Vigias comem lixo de casa

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vigias e operários contratados pela Constran se "deliciaram" com o lixo deixado pela advogada Maria Silvia Simardi Fernandes, que retirou ontem objetos de sua casa -a 261 da rua Votuporanga- interditada após o acidente.
Silvia é mulher do advogado Márcio Fernandes, que teve um Vectra destruído pelos escombros da casa que desabou.
A luz da casa foi desligada e os produtos que estavam na geladeira ficaram impróprios para consumo. Silvia achou melhor colocá-los em sacos de lixo, deixados na frente da casa.
Depois que Silvia saiu, levando documentos, computadores e roupas, os operários e os vigias abriram os sacos de lixo e aproveitaram o que puderam.
Um vigia, que não se identificou, disse que os produtos estavam bons. "Só tinha uma carne que estava meio azeda, mas as bebidas estavam geladinhas. Bebi um refrigerante e dei as cervejas para os colegas."
Proposta
O comerciante Marcelo Longo Ramos, 29, morador da rua Votuporanga, 293, afirmou que o Metrô propôs abrigar provisoriamente os moradores da rua que estejam com medo de ficar em suas casas após o acidente.
A proposta foi confirmada também por Paulo Simardi, cunhado do advogado Márcio Fernandes, já hospedado em hotel pago pelo Metrô.
Os engenheiros da companhia não condenaram as casas vizinhas, mas o Metrô se comprometeu a arcar com os custos de hospedagem dos moradores que não se sintam seguros para ficar nas casas.
(MO)

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