São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Outro assassinato é atribuído a Cunana

EDIANA BALLERONI
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MIAMI

Único suspeito de assassinar o estilista pode ter sido responsável pelo crime contra um homossexual em maio

Polícia investiga mais uma morte
Andrew Cunanan, único suspeito de ter matado o estilista Gianni Versace, pode ter assassinado um homossexual em 12 de maio. A investigação deste crime estava sendo conduzida em sigilo pela polícia de Miami Beach até ontem.
Casey Patrick Siegler, 41, foi espancado até a morte em seu apartamento em Miami Beach, a cerca de oito quadras de onde morava Versace. Vizinhos afirmam ter visto um homem semelhante a Cunanan entrando no prédio junto com Siegler na noite do crime.
O carro de Siegler, um Toyota Celica 94 com chapa do Texas, está desaparecido.
A picape vermelha que pertencia a William Reese -zelador de um cemitério em Nova Jersey, que Cunanan supostamente matou em 9 de maio para roubar o veículo- foi encontrada próxima à mansão de Versace e tinha placa da Carolina do Sul. Os donos da placa informaram à polícia que ela desapareceu no dia 10 de maio.
Se, de fato, Cunanan tem ligação com a morte de Siegler em 12 de maio, isso o coloca em Miami Beach bem antes do que suspeitava a polícia -e com tempo suficiente para ter estudado os hábitos da residência de Versace.
Além do passaporte e de um cheque de Cunanan, outros objetos foram encontrados na picape vermelha: óculos, uma jaqueta e uma carteira, que podem ser de Lee Miglin, o multimilionário que Cunanan teria assassinado em Chicago.
A polícia localizou Modesto Cunanan, pai de Andrew Cunanan, nas Filipinas. Ele disse não acreditar que seu filho seja um assassino, gay ou um "prostituto", como afirmou a mãe de Andrew.
"Ela estava mentindo. Meu filho teve formação católica. Ele era um coroinha", afirmou Modesto. Ele confirmou que não vê o seu filho desde 1988, quando fugiu dos EUA para escapar da prisão por fraude no mercado financeiro. Modesto era corretor de ações.
Ontem, a polícia deu informes desencontrados sobre a possível ligação de Cunanan com a morte do médico cubano Silvio Alfonso, 44, supostamente homossexual.
O FDLE (Florida Department of Law Enforcement) descartou qualquer conexão, enquanto a polícia de Miami dizia que a possibilidade estava sendo examinada.
O médico foi encontrado morto às 6h da quinta, no quarto da sua casa, que fica a menos de meia hora de Miami Beach. Seus pés e mãos estava amarrados com as suas gravatas e ele foi estrangulado com um cinto. Vizinhos, também neste caso, viram uma pessoa parecida com Cunanan correndo da cena quando o alarme disparou.
Por motivos que não declara, a polícia insiste em afirmar que ele ainda estaria no sul da Flórida.
Cunanan teria sido visto na noite da morte de Versace em uma casa noturna gay, chamada Choices, em Boca Raton, cerca de uma hora ao norte de Miami Beach.
O total das recompensas por informações que conduzam a ele já somam US$ 65 mil.

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