São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Até quando?

CIDA SANTOS

Só na última semana, duas jogadoras passaram por cirurgias: Leila e Josiane. Fazendo as contas desde o início do ano, a lista de atletas operadas e machucadas é bem maior: Márcia Fu, Ana Flávia, Fernanda Doval, Ana Paula...
Diante desse quadro, fica a pergunta: será que é possível um país ter uma seleção forte, uma Liga Nacional com cerca de cinco meses de disputa e um campeonato estadual com quase quatro meses de duração?
O técnico da seleção brasileira feminina, Bernardinho, propõe uma reavaliação do calendário. Ele lembra que o sistema brasileiro é o único do mundo. Nos outros países, o que se tem é um período para o campeonato nacional e outro para a seleção. "Não podemos ter uma temporada internacional pesada, uma Liga forte e ainda um campeonato regional também forte", diz o técnico.
Com tantos torneios competitivos, fica outra questão no ar: será que se pode exigir que o atleta jogue 100% o ano inteiro? A resposta está no número cada vez maior de jogadores machucados. Uma situação grave que se arrasta há anos e que, por incrível que pareça, não ganha uma solução.
Já na seleção, a idéia é dar descanso para as grandes estrelas. O objetivo é usar o Sul-Americano e o classificatório do Mundial para dar experiência a atletas como Karin Negrão. O técnico não contava era com o risco de também ficar sem Leila e até Rosângela, que deverá ser operada nesta semana, e Hilma, que ainda não teve afastada a possibilidade de cirurgia no ombro direito.
Apesar disso, o Brasil não deve ter problemas para vencer o Sul-Americano e o classificatório. Mas é bom lembrar que, se nesta temporada de clubes o vôlei feminino ganhou mais impulso e incentivo que o masculino, foi certamente por causa dos bons resultados da seleção. Ou seja, se a seleção vai bem, os clubes também ganham.

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