São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Lino Villaventura desfila ninfas com nudez e loucura

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Muita nudez, muito delírio, muita roupa bonita. O estilista Lino Villaventura fez o último desfile da noite de anteontem, na terceira edição do MorumbiFashion Brasil. O evento começou na quinta-feira e até esta quarta apresenta as coleções de primavera-verão de 23 marcas.
O ponto de partida de Villaventura são as ninfas do bailarino Nijinski no balé "L'Après-Midi D'Un Faune", fotografadas pelo Baron de Meyer.
Nesta coleção o estilista vem mais claro, mais conciso, mais leve. O barroco que já é verdadeira marca de Villaventura deu lugar a um requinte mais sofisticado em termos de roupa: aplicações de pequenas rosas numa minissaia bege; a nervura do tecido e do bordado (outro registro de seu estilo) se justificam na blusa-corselet com decote napoleônico. Em Lino Villaventura é preciso procurar pelo detalhe.
Os tecidos são esvoaçantes; as mulheres são diáfanas. Na passarela do estilista, vestidos-camisolas que deixam impressão de sonho.
Tão bonitas são as roupas que se poderia ver isso sem a interpretação overdosada das modelos. O universo surreal -ou suprarreal- do estilista estaria representado apenas pela maquiagem excepcional de Celso Kamura, com rostos de efeito "nacarado" e cabeças bordadas com pérolas, canutilhos e outros pequenos bordados. Não precisava muito mais.
Empolgadas, as modelos transormaram cada vestido num drama em si, desgastando a apresentação e desviando a atenção das roupas inteligentes e criativas.
Em termos de formas, interessante acompanhar os efeitos das sobreposições com os leggins (que já são peça constante nesta temporada), saias e na estrutura do vestido seguro apenas por uma alcinha transpassada. Entre os homens, destacam-se as t-shirts e camisas de botão com textura em gomos.
Zoomp
Antes, a Zoomp atrasou uma hora e meia e sofreu por isso. Fez uma coleção mais limpa e bastante superior à anterior, o que gerou um efeito de paradoxo, diante de tanto atraso. Funcionou mais ou menos a passarela preta, refletiva, em forma de Z, logo da marca. Deu briga entre editores por causa do melhor lugar (tinha?) e empacou o andamento do desfile, já que uma modelo tinha que esperar a outra para poder andar.
É a melhor parte a primeira seção, com saias tipo pareô assimétricas, de cintura baixa, usadas com tops simples e tênis bem esportivos sem meias. São muito bons os homens, sobretudo nas malhas de gola V, em cores modernas. O verão Zoomp é um avanço.

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