São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997 |
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Novo piso na saúde; Religião; Meio ambiente; Três anos; Cultura; Expansão da Otan Novo piso na saúde "Para implantar o PAB (Piso de Atendimento Básico), o Ministério da Saúde está propondo retirar o dinheiro dos Estados, cujo teto de atendimento ambulatorial e hospitalar, incluindo médio e alto custo, supera a média nacional. Preocupa-nos essa proposta, que pode se tornar uma política de Robin Hood ao contrário. Só no Rio de Janeiro, a exemplo de outros Estados, a lista de pacientes que necessitam de transplantes renais demandaria cem anos para ser vencida. Portanto, vários pacientes morrerão antes de serem transplantados. A execução do orçamento do Ministério da Saúde para este ano sinaliza para um gasto de R$ 15 bilhões. Levando-se em conta a inflação vigente, é um valor menor do que o do ano passado. Impõe-se que o dinheiro arrecadado pela CPMF seja destinado a melhorar o serviço de saúde, por meio de acréscimo no gasto com a saúde, e que as dívidas pendentes de 96 sejam pagas com recursos do Tesouro, como aconteceu no caso das dívidas públicas, internas e externas." Eurípedes Carvalho, presidente da Fenam, Federação Nacional dos Médicos (Rio de Janeiro, RJ) Religião "Na edição de 16/7, quase uma página inteira sobre religiões, divisões, seitas etc., comentando o candomblé. Por que não só a Folha, como outros jornais que se prezam, insistem em não citar o espiritismo, como se essa religião não existisse?" Alberto Bitar Cury (São Paulo, SP) * "Por que a Folha insiste em chamar os evangélicos de seita ('Igreja quer deter avanço de novas seitas', 16/7)? Não sou evangélico, mas acho um desrespeito. Caso vocês não saibam a definição de religião, o dicionário 'Aurélio' nos diz: 'Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, metafísica etc.'. Portanto, mesmo que essa filiação não seja a alguma coisa que a Folha ache 'moderna' ou lucrativa, por exemplo, ela se constitui em uma religião. Além do mais, a definição de seita, 'teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos', enquadra-se muito bem aos articulistas deste jornal." Alberto Pinto (São Paulo, SP) Meio ambiente "Concordamos plenamente com os comentários de Eduardo Martins, biólogo e presidente do Ibama, no seu artigo 'A nova lei sobre crimes ambientais' (14/7). Entretanto, gostaríamos de saber se o rigor da referida lei vai também ser aplicado aos três maiores poluidores do meio ambiente, principalmente nos grandes centros, a saber: a) a Petrobrás, por extrair, importar e refinar petróleo, matéria-prima usada na produção de gasolina e óleo diesel, combustíveis altamente poluidores; b) a indústria automobilística, por fabricar veículos que usam tais combustíveis; c) por fim, os proprietários dos referidos veículos, que transitam principalmente nos grandes centros." Menezis Balbo, diretor-presidente da Usina Santo Antonio S/A, Usina São Francisco S/A (Sertãozinho, SP) * "A natureza não é resultado de decreto-lei ou de 'fiscalizações' irrisórias da Amazônia. A Amazônia não precisa de nada disso, assim como todo o resto da fauna e flora brasileiras, o que é preciso é mais educação básica aos nossos cidadãos, é cuidar melhor do 'bicho homem', pois é ele quem faz uso da natureza e dela depende em todas suas instâncias." Lacy Cardoso de Brito Júnior (Ribeirão Preto, SP) Três anos "No início de 94, poucos diriam que o Brasil conseguiria pôr fim aos longos anos de superinflação com sacrifícios relativamente tão modestos. Concordo com a expressão 'poucos diriam'; porém dizer 'com sacrifícios tão modestos' é um paradoxo. Basta verificar que o número de desempregados aumentou muito nos três anos do Real, o que é o resultado da recessão que sufoca as indústrias e o comércio em geral, ocasionando concordatas e falências de pequenas, médias e grandes empresas; queda de vendas no comércio em todo o país, o que ocasiona também queda no recolhimento de impostos nos Estados, trazendo-lhes dificuldades para pagar funcionários e executar obras de interesse social." Altivo Alves de Deus (Campo Grande, MS) * "O Plano Real, que está fazendo aniversário, para os políticos do governo e seus aliados é eficaz, mas, na minha opinião, deixa muito a desejar. É necessário registrar que o controle da inflação é um sucesso. O Plano Real teve êxito onde muitos falharam. Se foi implantado apenas para isso, é um sucesso. Mas é óbvio que não deveria ser só isso. O povo brasileiro, novamente, se encontra às vésperas de poder mudar toda essa situação. Espero sinceramente que ele adquira maior percepção de nossos problemas e pense duas ou mais vezes antes de apoiar um governo tão incapaz e irresponsável no trato com a coisa pública. Espero também que, como uma tendência natural do terceiro milênio, os governantes de nosso país passem a amá-lo, em vez de querer sugar suas forças." José Schettini G. de Moraes (Juiz de Fora, MG) Cultura "Com relação à área de cultura do governo estadual, poderíamos afirmar que vai do 'regular ao pior'! Acabou com espetáculos gratuitos no Memorial, 'desapareceu' com a Orquestra Sinfônica Estadual e ainda pensa em refazer a orquestra e colocá-la na 'perigosa' estação Júlio Prestes. Quero saber quem terá coragem de ir até lá nos concertos noturnos!" José Augusto Meirelles (São Paulo, SP) Expansão da Otan "Lia-se muito na imprensa que o desarmamento mundial não vinha devido ao expansionismo comunista russo. No entanto, constatamos que os EUA continuam com o mesmo volume bilionário de despesas com armas e Forças Armadas. E não é só: agora promovem a ampliação da Otan para as proximidades da fronteira da Rússia, em uma atitude que só contribui para agravar as tensões e estimular o armamentismo. Pelo visto, tinham razão os comunistas quando diziam que a beligerância é tão inerente ao sistema capitalista que ele não pode viver sem grandes exércitos e sem guerras. Que horror!" Nayde Ribeiro de Carvalho (São Paulo, SP) Texto Anterior: ERRAMOS Próximo Texto: ERRAMOS Índice |
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