São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Escassez faz subir o preço dos bezerros

DA REPORTAGEM LOCAL

O invernista está gastando mais com a reposição do gado. Com a venda de um boi gordo de 16,5 arrobas de peso ele consegue adquirir 2,05 bezerros nelore de 12 meses de idade.
"Em julho do ano passado, o fazendeiro conseguia comprar 2,52 bezerros com a venda de um boi gordo", afirma Alcides Torres, da Scott Consultoria, empresa que faz levantamento de preços agrícolas na região de São José do Rio Preto, no noroeste do Estado.
Segundo ele, a relação de troca é a menos atrativa dos últimos quatro anos e reflete, entre outros fatores, a matança indiscriminada de matrizes nos últimos tempos.
"O gado estava barato e o criador precisava de caixa", concorda o pecuarista Paulo Leonel, filho de um dos mais tradicionais selecionadores de nelore, Adyr do Carmo Leonel, de Ribeirão Preto (SP).
A relação de troca com o boi magro (340 kg), segundo Leonel, também é desfavorável.
"O pecuarista compra hoje 1,28 boi magro com a venda de um boi gordo, contra 1,39 em julho de 96", diz ele.
Segundo Leonel, as novas técnicas de engorda, que imprimem velocidade ao ganho de peso e permitem que o boi seja abatido mais cedo, e o interesse crescente de novos investidores colaboraram para a alta do gado de reposição.
Para ele, a liquidez imediata transformou o boi gordo em bom negócio.
"O preço da arroba (15 quilos) se mantém firme desde janeiro. Muita gente, que nem sequer fazenda tem, investe no boi gordo, fazendo aumentar a procura por bezerro e boi magro."
Leonel não vê normalização na relação de troca entre o boi gordo e o boi magro nos próximos dois anos devido à escassez de fêmeas.

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