São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997![]() |
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Fracassa ato da Polícia Civil na capital
CLÁUDIA TREVISAN; ANDRÉ LOZANO; LUÍS HENRIQUE AMARAL
Os manifestantes reivindicavam reajuste salarial maior que o proposto pelo governador Mário Covas (PSDB): 8,5% a 34% para a PM e de 5,1% a 34% para a Polícia Civil. O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, Lourival Carneiro, admitiu que o número de manifestantes era menor que o esperado. Em sua opinião, dois motivos afastaram os policias do ato: a chuva e a posição do governador de não negociar o aumento. "Muitos companheiros acharam que nós não conseguiremos mudar a posição do governador de não negociar e, por isso, não vieram", disse Carneiro. Os manifestantes se concentraram no Palácio da Polícia, sede da Polícia Civil, no centro de São Paulo. Aos gritos de "Ah! Eu sou polícia!" e "Polícia, unida, jamais será vencida" seguiram a pé até a praça da República, também no centro. No caminho, uma série de oradores se revezaram no carro de som, cedido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, vinculado à Força Sindical. Entre eles, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva e o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) José Rainha. A participação das mulheres de PMs foi menor do que era esperado. O panelaço prometido se resumiu a duas mulheres batendo panelas em uma espécie de "comissão de frente" da passeata. Os manifestantes chegaram à praça da República às 15h30. No trajeto, a segurança foi feita por 15 motoqueiros do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito), da PM e mais cinco PMs. Bandeirantes Os ônibus chegaram às 17h30 no Palácio dos Bandeirantes. Os manifestantes foram para o auditório Ulysses Guimarães, onde foram recebidos pelo secretário interino da Segurança Pública, Luiz Antônio Alves de Souza. O chefe da Casa Militar do palácio, Lourival Costa Ramos, montou um esquema especial de segurança para receber os manifestantes. Todo o efetivo da PM lotado nos Bandeirantes foi mobilizado para receber os manifestantes. São 103 policiais. Normalmente, há 60 por turno. Comissão de 21 manifestantes se reuniu com o secretário interino da Segurança Pública e o secretário-adjunto da Administração, Paulo Bressan. A reunião com representantes do governo não havia acabado até as 19h30. As lideranças dos policias civis apresentaram contraproposta ao governo. No caminho do palácio foram definidos os números: 44% para carcereiros e agentes, 34% para investigadores e escrivães e 15% para delegados, médico-legistas e peritos. O comando dos policiais reúne 14 entidades que representam 19 categorias profissionais. A proposta do governo não prevê aumento para delegados, médico-legistas e peritos, carreiras que exigem curso superior. O líder do MST José Rainha Júnior afirmou que o Exército será a próxima instituição a se mobilizar para reivindicar melhores salários. "Com certeza o movimento vai se estender ao Exército", disse. Em sua opinião, a situação do Exército é a mesma vivida pela PM e pela Polícia Civil, especialmente em relação aos baixos salários. "O Exército vai entrar em greve." O deputado estadual Conte Lopes (PPB) também acredita na possibilidade de movimento salarial no Exército. "Tenho ouvido muitas reclamações." (CLÁUDIA TREVISAN, ANDRÉ LOZANO e LUÍS HENRIQUE AMARAL) Texto Anterior: Situação está sob controle, diz FHC Próximo Texto: A passeata da polícia em São Paulo Índice |
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