São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997 |
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Auditoria vê desvio de R$ 20 mi em banco do PR
MÔNICA SANTANNA
Segundo a auditoria, o desvio ocorreu no período de março de 92 a novembro de 93, durante a administração do ex-governador e atual senador, Roberto Requião. O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Banestado, Manoel Garcia Cid. Segundo ele, o Del Paraná era administrado na época por Heitor Wallace de Mello e Silva, primo de Requião. Transações "Foram feitas grandes transações irregulares nesse período, segundo a auditoria do Banco Central do Paraguai", afirmou Garcia Cid. Segundo ele, diretores concederam empréstimos a diversas autoridades brasileiras e paraguaias, tendo como garantia imóveis que eram subavaliados. "A avaliação dos imóveis foi fraudada", disse o presidente do Banestado, sem identificar quais as autoridades que teriam sido beneficiadas com os supostos empréstimos. Garcia Cid afirmou que o relatório final está no Paraguai e que deve chegar às suas mãos até o final do mês. Outro lado O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que quem denunciou as irregularidades foi o seu próprio governo. "Foi o presidente do banco que abriu a sindicância e afastou as pessoas envolvidas", disse. Heitor Wallace de Mello e Silva, que foi presidente do Del Paraná durante o governo de Requião, disse ontem desconhecer qualquer auditoria realizada pelo Banco Central paraguaio. "Não tive acesso ao relatório e acho estranho não ter sido chamado a dar explicações numa auditoria que investigou as contas durante o período em que presidi o banco", afirmou Wallace. Ele disse que o Del Paraná na sua administração tinha um capital de apenas US$ 5 milhões e que acha "estranho" o desvio ser de US$ 20 milhões. "Isso é um disparate", declarou o ex-presidente do banco. Wallace afirmou que o Del Paraná sofreu várias auditorias durante sua administração e que todas as suas contas foram aprovadas conforme atas das assembléias realizadas. "Desconheço qualquer fraude ou roubo na instituição", disse Wallace. O Banco Del Paraná seria colocado à venda pelo governo do Paraná, mas Garcia Cid disse que o Estado desistiu da negociação para atender um pedido do presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy. Garcia Cid afirmou que o Del Paraná registrou lucro de US$ 2,5 milhões no primeiro semestre e que serão abertas agências na Argentina e no Mercosul. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: O que diz o relatório final da CPI dos Precatórios Próximo Texto: Vetor usou Boavista em operações, afirma BC Índice |
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