São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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Polícia ouve dois vizinhos de professor

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal ouviu ontem dois vizinhos do professor Leonardo Teodoro de Castro, 59, no inquérito que apura a explosão no Fokker-100 da TAM.
Os dois foram até o setor de perícias criminais da Polícia Federal para identificar materiais apreendidos no apartamento do professor, na Vila Nova Conceição (zona sudoeste de São Paulo).
No último dia 11, agentes federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de Castro, onde pegaram papéis, livros, roupas e um colchão.
Esse material está sendo analisado por peritos, que procuram resíduos de explosivos semelhantes aos encontrados no avião.
Os nomes dos vizinhos não haviam sido revelados pela PF até as 18h de ontem. A PF pretende conhecer os hábitos e o comportamento de Castro no condomínio para traçar um perfil.
Castro continua sendo o principal suspeito do caso, embora a PF ainda não tenha provas materiais para indiciá-lo.
Além dos vizinhos, os policiais tomaram ontem o depoimento de mais um passageiro do vôo 283. Júlio César Mansini de Oliveira foi ouvido na delegacia do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). Oliveira veio de Goiânia (GO). De acordo com a PF, o depoimento dele serviu para que fossem obtidos mais detalhes sobre a movimentação dos passageiros no interior da aeronave.
Os agentes federais estão fazendo um croqui da movimentação dos passageiros no interior do avião durante o vôo entre São José dos Campos (a 97 km de SP) e São Paulo a fim de tentar saber quais deles teriam passado perto da fileira 18, local provável da explosão.
Hoje o delegado que preside o inquérito, Pedro Sarzi Júnior, irá a Brasília para ouvir dez passageiros que estavam no Fokker-100, a maioria deles funcionários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Sarzi deverá ouvir as testemunhas Oliveiros Silva Mendes Júnior, Sandra Moreira Matos, Francisca Silva Souza e Dioney Brito. Amanhã será a vez de Cícero Carlos Correia, Ione Campos, Eduardo Tinoco Bello, João Raimundo Arcoverde, Vera Lúcia Oliveira Rocha e Esdras Santos Filho.
Na próxima semana, uma equipe da superintendência da PF de São Paulo irá ao Espírito Santo para tomar depoimentos de outros passageiros do vôo.
O advogado da TAM Walmir Micheletti disse que a empresa irá esperar as conclusões da investigação antes de decidir quais providências serão tomadas.
A PF não descarta a possibilidade de ouvir Castro novamente assim que ele se recuperar. Ele já foi ouvido no dia 10, quando caiu em várias contradições.

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