São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Militar quer cooperação contra tráfico

DA SUCURSAL DO RIO

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, general John Shalikashvili, 61, disse ontem no Rio que a situação das drogas no Brasil está se tornando mais séria e defendeu a cooperação entre países para deter o avanço do tráfico internacional.
Shalikashvili disse que conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o combate ao narcotráfico como prioridade internacional, mas não assinou acordo específico de cooperação.
O general veio ao Brasil para condecorar militares brasileiros que participaram de uma missão de paz no Equador e no Peru. Vai também a outros países da América Latina para conversar sobre cooperação militar.
"A situação das drogas é muito séria, é maior do que qualquer um de nossos países. Tivemos algum modesto sucesso no combate às drogas em alguns países e estamos felizes com isso", afirmou.
Segundo o general, o governo de seu país está estudando a suspensão do embargo que proíbe a venda de armas militares sofisticadas norte-americanas aos países da América Latina. Ele disse, porém, que a decisão não foi tomada.
Shalikashvili afirmou que as Forças Armadas norte-americanas passam por uma reavaliação significativa em vários aspectos, da preocupação com o meio ambiente até mudanças estratégicas necessárias para lidar com o mundo.
Ele negou que as punições a militares norte-americanos envolvidos em escândalos sexuais constituam uma crise na instituição e disse que a entrada de homossexuais nas Forças Armadas deve ser resolvida de acordo com a cultura de cada país.
"A solução certa que achamos foi não perguntar a ninguém sobre sua preferência e pedir a cada um que não faça propaganda sobre o que é. Não pergunte, não diga, não procure saber", afirmou.
Shalikashvili não quis comentar a crise da Polícia Militar em vários Estados brasileiros nem a convocação de tropas para o policiamento urbano. Disse que as Forças Armadas americanas são proibidas de agir em situações de crime ou violência, a não ser que o presidente declare emergência nacional.
Em casos de emergência ou necessidade de restauração da ordem, segundo o general, o presidente pode chamar as Forças Armadas ou a Guarda Nacional. Shalikashvili citou como exemplo a participação de Forças Armadas em caso de conflitos raciais.

Texto Anterior: Polícia encontra crack embalado como bala
Próximo Texto: Mulher é presa com 10 mil cheques
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.