São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997![]() |
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Securitização deve começar em outubro
SHIRLEY EMERICK
No final deste mês, será eleita a diretoria e o conselho de administração. A Abecip (Associação Brasileira dAS Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) também vai participar da companhia. A criação da Cibrasec vai estimular o mercado de construção de moradias. Isso porque ela vai comprar os contratos de financiamentos das instituições financeiras com os clientes e transformá-los em títulos, que serão negociados no mercado secundário (compra e venda de papéis entre terceiros). Dessa forma, o banco não precisará esperar o final do contrato para ter o retorno do empréstimo e, assim, poderá financiar outro empreendimento em menos tempo. O presidente da Abecip, Anésio Abdalla, disse que está animado com o projeto porque ele irá movimentar o setor. "Vai crescer o volume de financiamento. Quanto mais recursos houver, maior será a competição, com redução dos juros", afirmou. O capital subscrito pelos sócios é de R$ 30 milhões e mais R$ 30 milhões serão investidos em até dois anos. Projeto Para a empresa funcionar, o Congresso tem que aprovar o projeto do Executivo que cria o SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário). No projeto, o governo autoriza a emissão do CRI (Certificado de Recebível Imobiliário), o título que será negociado pelas companhias securitizadoras. Elas serão responsáveis pela emissão, compra e venda dos títulos. Para garantir os certificados, essas empresas terão de separar parte de seu patrimônio. Caso a companhia quebre, os títulos estarão garantidos com recursos próprios. O mercado em potencial para compra desses títulos são os fundos de pensão, que são obrigados a aplicar recursos na compra de ações, e as seguradoras. Os bancos que estão na Cibrasec são: América do Sul, Bandeirantes, Bradesco, Cidade, Mercantil do Brasil, Excel, Noroeste, Real, Banco de Crédito Nacional, Unibanco, Itaú, Caixa Econômica Federal e os bancos estaduais de Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, do Paraná, Rio Grande do Sul e de Brasília. Carta de crédito Ontem, o presidente Fernando Henrique entregou a carta de crédito número 100 mil ao servidor público Valdir Francisco da Silva. A solenidade, no Palácio do Planalto, fez parte de uma estratégia do governo para mudar a imagem do programa de concessão de financiamento habitacional para a classe de baixa renda. Após o lançamento do programa, em 95, o governo e a CEF (Caixa Econômica Federal) receberam muitas críticas por causa da exigência de documentos para a liberação do empréstimo. Valdir da Silva foi à solenidade com sua mulher, Rosângela da Costa Silva, e os três filhos. Ele disse que entrou com o pedido de financiamento na CEF há um mês e que não teve problemas para reunir a documentação. "De início a gente não conhecia direito. Depois, seguimos a recomendação do banco e foi fácil." Os recursos vêm do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e são dirigidos às famílias com renda mensal de até R$ 1.440. O ministro Antonio Kandir, que participou da solenidade, disse que a desburocratização do programa aumentou o número de contratos assinados. De 5.473 financiamentos assinados em janeiro deste ano, houve um aumento para 30.660 contratos em junho. Texto Anterior: Déficit vai a US$ 233 mi em 3 semanas Próximo Texto: Quem a linha Procred beneficia Índice |
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