São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997 |
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Priebke e Hass são condenados na Itália
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Os ex-oficiais nazistas Erich Priebke, 83, e Karl Hass, 84, foram condenados ontem a 15 anos e a 10 anos e 8 meses de prisão, respectivamente.O Tribunal Militar de Roma julgou os dois por homicídio múltiplo, agravado por crueldade, pela participação no massacre de 335 civis (entre os quais 75 judeus) nos arredores de Roma, em 24 de março de 1944, no chamado Massacre das Fossas Ardeatinas. As penas foram reduzidas em dez anos cada, em virtude de uma lei de anistia italiana. Priebke já cumpriu três anos e meio, detido na Argentina e na Itália. Ele também pode se beneficiar de lei que dá direito ao condenado de reduzir a pena em 90 dias para cada ano de prisão cumprida -ou seja, deve deixar a prisão até 1998, disseram advogados. Hass será libertado imediatamente. O promotor Antonio Intelisano havia pedido prisão perpétua para Priebke e 24 anos para Hass. O massacre ocorreu em represália a um atentado cometido pela Resistência Italiana, que havia resultado na morte de 33 soldados alemães. Priebke na época era capitão; Hass era major. Ambos dizem que só cumpriram ordens. O veredicto de ontem parece ter posto fim a um longo e intrincado processo, que se arrasta desde 1995. O major foi extraditado naquele ano para a Itália da Argentina, onde vivia desde 1948. Seu primeiro julgamento começou em maio de 1996. Em 1º de agosto, uma corte militar condenou Priebke, mas o eximiu da prisão devido a circunstâncias atenuantes e à prescrição do crime. O veredicto gerou protestos e a Corte de Cassação, em outubro, anulou a sentença e determinou novo julgamento. O tribunal militar de Roma, porém, disse que o crime não era mais de sua competência. O caso foi entregue aos promotores públicos, que também se disseram incompetentes para o segundo julgamento de Priebke. A Corte de Cassação, em fevereiro de 97, resolveu a disputa e determinou que a Justiça militar julgasse Priebke e Hass juntos. O novo julgamento, terminado ontem, começou em abril. O promotor disse que estava satisfeito com as condenações e que "pela primeira vez se reconhece na Itália o princípio de que os crimes não prescrevem". O Centro Simon Wiesenthal, que busca a condenação de criminosos de guerra nazistas, anunciou que vai solicitar ao ministro da Justiça da Itália, Giovanni Maria Flick, que tome "as medidas legais necessárias " para que Priebke cumpra a totalidade da pena. Hass e Priebke não estavam presentes no tribunal no momento da sentença. O advogado de defesa disse que Priebke "expressou tristeza" pelo veredicto. Familiares das vítimas do massacre divergiram em relação à sentença. Giulia Spizzichino, que perdeu o pai, afirmou que estava "contente com o resultado". Rosetta Stame, que também perdeu o pai, disse que a redução da pena era "uma injustiça". Texto Anterior: "Oscar do clipe" divulga indicados Próximo Texto: Impasse ameaça negociações de paz Índice |
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