São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Esclarecimentos; Limite; Marketing papal; Meia verdade

Esclarecimentos
"A reportagem 'Floresta vira farmácia -Laboratório norte-americano desenvolve remédios com plantas brasileiras' (1º/6), de João Carlos Assumpção, contém afirmações incorretas:
1) o texto afirma que a Shaman está desenvolvendo três drogas a partir de plantas brasileiras e que está trabalhando com espécies extraídas da floresta amazônica brasileira. Essa informação é incorreta. A Shaman ainda não trabalha no Brasil. A árvore cróton, que cresce de maneira abundante em vários países nas Américas Central e do Sul, contém o princípio ativo dos nossos dois produtos principais, Provir e Virend. Nós não trabalhamos no Brasil para descobrir esses produtos. Nosso terceiro produto, Nikkomycin Z, foi licenciado para a Shaman pela Bayer. Ele é derivado de um recurso natural, mas não de uma planta e tampouco de extratos de plantas extraídas no Brasil;
2) a estratégia da Shaman é atingir eficácia inicial em seus produtos e em seguida licenciá-los a outras empresas para obter royalties fora dos EUA e conseguir partilha equitativa de lucros dentro dos EUA;
3) o programa de reciprocidade da Shaman presta apoio imediato e de médio termo para culturas indígenas e para as agências governamentais de meio ambiente que controlam os recursos biológicos de seus países. Esse programa funciona a partir do momento em que a Shaman começa a trabalhar em determinada região, muito antes que a companhia consiga qualquer tipo de lucro.
A reciprocidade a longo prazo é realizada por uma corporação de utilidade pública sem fins lucrativos criada pela Shaman, The Healing Forest Conservancy. Quando a Shaman vier a comercializar um produto, uma porcentagem dos lucros será canalizada pela Conservancy para as culturas e países que tenham contribuído no desenvolvimento do produto.
Os comentários de Megan Ravel foram distorcidos. As frases atribuídas à sra. Ravel, que é a assistente de comunicação empresarial da Shaman, e não a diretora, são incorretas.
A sra. Ravel possui registro de ter conversado rapidamente com o sr. Assumpção, quando ele telefonou para requisitar que ela enviasse informações via fax. Nessa ocasião, ela lhe fez uma breve apresentação da companhia, mas não entrou em detalhes.
Acreditamos que o sr. Assumpção confundiu a Shaman com outra empresa, a Phytopharmaceuticals, subsidiária da Escagenetics, a qual estava trabalhando com plantas e instituições brasileiras durante sua existência (essa empresa faliu)."
Jacqueline Cossmon, vice-presidente de comunicação empresarial da Shaman (San Francisco, Califórnia, EUA)

Resposta do jornalista João Carlos Assumpção - As informações foram confirmadas por especialistas da Universidade Estadual de Louisiana e por Megan Ravel, que se apresentou como diretora de comunicação, reportando-se à vice-presidência do departamento. Os dados sobre comercialização e o processo de ajuda comunitária foram transmitidos por Ravel. Quatro de seis conversas mantidas com a reportagem estão gravadas. O Nikkomycin Z não foi citado no texto.

Limite
"O caderno Mais! de 20/7 ultrapassou certamente o limite do bom senso! A Folha quer com essas coisas ganhar novos leitores ou perder os antigos e fiéis assinantes?"
Cynthia P.L. Taliberti (São Paulo, SP)
*
"Sobre o Mais! de 20/7: não entendi e não sei qual foi a intenção do jornal.
Mas com certeza muitos leitores ficaram chocados e revoltados."
Camilo de Almeida (Itapira, SP)
*
"Não creio que o comprador da Folha esteja interessado em encontrar fotos pornográficas neste jornal, já que há tantas opções do gênero nas bancas de revistas.
Se vocês pretendem ingressar nessa linha, podem contar com minha ausência do quadro de leitores fiéis."
Enedina Maria de Almeida Sacramento (Viçosa, MG)
*
"É muito bom saber que a Folha está ousada. O caderno Mais! de 20/7 comprovou que o jornal tem uma grande parcela de autonomia e poder de decisão editorial.
Valeu a pena apanhar um bocado nestes 75 anos. Assim, aprenderam a fazer o 'melhor jornal do país'."
Maria Érica de Oliveira Lima (Campinas, SP)

Marketing papal
"Perfeita a abordagem de Josias de Souza (21/7) quanto ao marketing papal instalado no Brasil para a visita de sua santidade ao Rio em outubro.
Um velho conhecido me disse certa vez: 'Padre vende fé como colunista social vende vaidade'."
Paulo de Tarso Moroni Porrelli (São Paulo, SP)
*
"Gostaria de dizer ao jornalista Josias de Souza que minha fé me leva a crer que, se há por um lado lágrimas de tristeza nos olhos de Deus ao ver os vendilhões do templo que estão privatizando a visita do papa, também há lágrimas de emoção e esperança ao ver o povo reunido no encontro das Comunidades Eclesiais de Base que aconteceu no Maranhão."
Aguinaldo Luiz de Lima, coordenador-executivo do Clasp -Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (São Paulo, SP)

Meia verdade
"O governo anunciou e a Folha tem divulgado o reajuste dos policiais de São Paulo como sendo da ordem de 5,1% a 34%.
Trata-se de uma meia verdade que precisa ser esclarecida: o aumento foi concedido no salário-base, excluídas as vantagens que já vinham sendo pagas.
Portanto o índice real variou de 3,89% a 22,54%, ou seja, bem abaixo do que vem sendo alardeado.
Isso é enganar a opinião pública, o que não fica bem nem para o governo nem para o jornal."
Jarim Lopes Roseira e Benedito Mendes Martins, integrantes da Coligação das Entidades de Classe de Policiais Civis do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Texto Anterior: O país não pode parar
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.