São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Confronto deixa 3 feridos na Assembléia

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN

CARLOS ALBERTO DE SOUZA; LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Deputados aprovam venda do controle acionário da Companhia Riograndense de Telecomunicações

Enquanto manifestantes ligados aos sem-terra, sindicatos e entidades estudantis entravam em confronto com PMs, ao meio-dia de ontem na frente da Assembléia Legislativa, os deputados estaduais gaúchos aprovavam, sem permitir a presença popular, a venda do controle acionário da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações).
Os manifestantes jogaram pedras quebrando quatro portas de vidro da entrada do prédio e os PMs reagiram com cassetetes. Três pessoas -um líder estudantil, uma sem-terra e um soldado- foram levadas para o pronto-socorro, com ferimentos leves.
Os manifestantes tentaram demover os PMs de guarnecer o local, referindo-se aos salários que recebem. A Assembléia decidiu realizar a sessão no "plenarinho" -local sem galerias- embora o plenário, com 333 lugares, tivesse sido desocupado de manhã.
O plenário fora invadido na noite anterior, às 19h45, por cerca de 150 manifestantes -professores, policiais civis em greve, estudantes e PMs- que desceram das galerias para protestar contra a venda da CRT, proposta pelo governo sob o argumento de que precisa fazer caixa para destinar prioritariamente à área da educação.
O projeto da CRT, aprovado ontem, às 14h45, por 30 votos contra 23, integrava o pacote enviado pelo Executivo no período de convocação extraordinária, que também incluía proposta de reajuste salarial para a PM e a Polícia Civil.
O presidente da Assembléia, João Luiz Vargas (PDT), disse que a sessão foi no "plenarinho" por motivo de segurança. Declarou que, na invasão do plenário, os deputados foram alvo de "manifestações e gestos agressivos".
Fim de invasão
Os cerca de 800 agricultores que haviam invadido a área desapropriada pelo governo gaúcho para abrigar a montadora da GM em Gravataí (RS) deixaram o local por volta das 13h de ontem.
Foi a primeira vez que agricultores ligados ao MST saíram de uma área invadida antes do término do prazo determinado pela Justiça.
"Saímos antes, pela primeira vez, porque atingimos nosso objetivo com a repercussão", disse Dionilso Marcon, do MST.

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