São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Governo faz ameaça a grevistas

FÁBIO GUIBU
LUIZ FRANCISCO

FÁBIO GUIBU; LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governo de Pernambuco endureceu o diálogo com os grevistas e anunciou ontem que vai substituir os policiais militares em greve e cortar o ponto dos policiais civis que não retornarem "imediatamente" ao trabalho.
A substituição dos PMs deverá ser precedida pela decretação de "situação de emergência" no sistema de segurança pública do Estado. Se essa medida for tomada, o governo passará a ter autonomia para contratar novos policiais sem concurso e poderá mantê-los trabalhando por até um ano.
Nesse período, concluiria o processo de seleção por concurso público e enquadraria os grevistas por crime de deserção.
O Código Penal da PM classifica como desertor o policial que se ausenta do trabalho, sem justificativa, por mais de oito dias. A paralisação completa hoje dez dias.
Como estratégia para tentar descaracterizar a deserção, a Associação dos Cabos e Soldados passou a elaborar atas de suas assembléias, assinadas por todos os militares presentes. O objetivo é mostrar que os grevistas não estão em "local incerto e não sabido" e justificar a ausência em seus postos.
O governo informou ontem que não negociará nenhuma reivindicação que resulte em gastos superiores aos da proposta recusada anteontem pelos grevistas.
Os policiais passaram o dia de ontem reunidos em frente à Assembléia Legislativa e, às 18h, decidiram apresentar uma nova contraproposta ao governo.
A nova reivindicação prevê o reajuste linear de 50% sobre o salário bruto de todos os PMs.
Com isso, o salário dos soldados passaria de R$ 283 para R$ 424,50, e o dos coronéis, de R$ 2.313,09 para R$ 3.469,63.
Pela proposta do governo, os soldados receberiam R$ 412,21, e os coronéis, R$ 2.630,30.
Em comunicado à população divulgado ontem, o governo informou que manteria sua proposta de reajuste e explicou que "a muito custo" vinha reservando dinheiro para o pagamento do 13º salário.

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