São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997 |
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Mário Juruna é transferido para UTI em estado grave Família denuncia abandono; Funai paga hospital em Brasília RUBENS VALENTE
O último boletim médico, divulgado às 12h, informou que o quadro do paciente é "infeccioso grave". Segundo seu genro Paulo da Mata, 33, Juruna tem diabetes, artrose infecciosa (afecção degenerativa de uma articulação), septicemia (infecção generalizada) e tuberculose. Mata disse que apenas anteontem a Funai (Fundação Nacional do Índio) prestou assistência a Juruna. "Ele foi abandonado e desprezado pela Funai", disse Mata, que afirmou ter recebido apoio de líderes xavantes de Mato Grosso e pressionado o órgão federal a arcar com os custos da internação em um hospital particular. Juruna passou 25 dias internado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em um leito de enfermaria do Hospital da Asa Norte, em Brasília, de onde foi transferido para o hospital Santa Lúcia. Abandono Uma das filhas do líder indígena, Onorina Juruna, 31, disse que até o último final de semana apenas um funcionário da Funai havia visitado seu pai. "Quando ele estava bom, a Funai pedia apoio, procurava ele. Quando está doente, (a Funai) nem passa aqui", afirmou Onorina. A assessoria de imprensa da Funai informou que todos os gastos no hospital Santa Lúcia serão pagos pelo órgão, que também estaria bancando a hospedagem e a alimentação de parentes de Juruna. Sobre o período de internação no hospital público, a assessoria informou que a Funai não colaborou porque o hospital não teria enfrentado problema para conduzir o atendimento adequado ao paciente. Gravador na mão Juruna foi deputado federal pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) no período 82-86. Ele chamou a atenção da mídia, à época, por sempre andar com um gravador para registrar promessas de autoridades em relação aos índios. Chegou a inspirar um quadro humorístico em programa de Agildo Ribeiro. Juruna é hoje assessor parlamentar da Câmara dos Deputados e mora em um apartamento em Guará (DF). Ele é considerado uma liderança da aldeia xavante Namunkurá, no município de Barra do Garças, Mato Grosso, onde moram quase todos os seus nove filhos. Texto Anterior: Relatório sobre PT foi 'equívoco' Próximo Texto: Fundo de pensão do BC reparte R$ 955 mi para funcionários Índice |
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