São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Metroviários mantêm greve em BH

FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Em assembléia realizada ontem às 17h, os metroviários de Belo Horizonte decidiram pela manutenção da greve iniciada na última quarta-feira.
Eles não aceitam a proposta apresentada pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) de reajuste de 2,5% e abono de R$ 600, em agosto.
Os metroviários querem reajuste de 9,66%, 20% de adicional de produtividade, tíquete-alimentação no valor de R$ 15 e revisão do Plano de Cargos e Salários.
Sindicato e empresa estão negociando, sem sucesso, desde maio, data-base da categoria.
Adesão
Todos os 37 maquinistas aderiram à greve. Segundo o Sindicato dos Metroviários, 90% dos demais funcionários da CBTU em Belo Horizonte também estão parados.
A assessoria de imprensa da CBTU diz que a adesão é de menos de 50% e que atinge apenas os setores operacionais e de manutenção.
Em Belo Horizonte, a CBTU tem 518 funcionários, sendo 200 no setor administrativo, 195 na manutenção e 123 na operação.
O metrô de Belo Horizonte transporta cerca de 80 mil usuários por dia. Mais de 50% deles são moradores de cidades da região metropolitana de Belo Horizonte.
Com 20,3 quilômetros de extensão, 13 estações e 15 trens circulando, o metrô responde por 1,9% do transporte coletivo na capital mineira.
Um dos motivos da greve, segundo o presidente do sindicato, Raimundo Bartolomeu Gonçalves de França, foi o aumento diferenciado concedido a ocupantes de cargos de confiança.
Em janeiro, a CBTU teria dado aumento de 50% para os gerentes da empresa.
A assessoria de imprensa da superintendência da CBTU em Belo Horizonte diz que o aumento de janeiro foi uma "adequação ao mercado".
França acredita que o movimento será fortalecido com a greve dos rodoviários e de metroviários de outros Estados, prevista para hoje.
A CBTU quer que os metroviários garantam 30% de escala mínima, conforme prevê a lei para serviços essenciais.
Com a greve, a empresa diz estar tendo um prejuízo de R$ 30 mil por dia.
Os grevistas mandaram carta à CBTU afirmando que só fazem escala mínima se a empresa melhorar a proposta ou ajuizar o dissídio no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
Os metroviários fazem nova assembléia hoje às 10h.

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