São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997 |
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Aumenta transmissão de mãe para filho
LUCIA MARTINS
Até hoje, foram notificados 1.676 casos de bebês que contraíram o vírus da Aids de suas mães. Em 1987, esses casos representavam apenas 1,65% do total de infectados no ano. Em 1995, essa relação passou para 3,28%. Em números absolutos, em 87, foram apenas 23 casos. Em 95, houve 279 crianças contaminadas por suas mães. Segundo o infectologista Vicente Amato Neto, professor titular do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, o resultado imediato do crescimento do número de casos de mulheres contaminadas é o aumento dos nascimentos de crianças com HIV. Isso vai ocorrer, segundo ele, porque a maioria das mulheres contaminadas hoje contraem o vírus em relacionamentos heterossexuais e constantes. "Muitas mulheres têm o vírus e nem desconfiam. Por isso, é mais fácil que elas se deixem engravidar", afirma Amato Neto. Como não se encaixam no grupo de risco, essas mulheres apenas procuram centros de saúde para fazer exames quando começam a notar os sintomas, muitas vezes já grávidas. Para Alexandre Grangeiro, da coordenação do DST-Aids, essa tendência de crescimento de contaminação vertical é muito clara. "Os números mostram isso." Para combater a doença, a rede pública de saúde de São Paulo já está usando coquetel anti-HIV em crianças. Dois hospitais começaram, em junho, a testar a combinação dos remédios em 15 crianças. Ainda não há um balanço, mas de uma maneira geral houve melhora do quadro geral das crianças. Texto Anterior: Morre Sylvia Orthof, 64 Próximo Texto: Blitz vai fiscalizar o lixo hospitalar; Motoqueiro é cortado por linha com cerol Índice |
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