São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Planeta Terra sofre bombardeio cósmico

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Entre o momento em que este texto foi escrito, ontem, e aquele em que ele está sendo lido, hoje, na Folha, o planeta Terra foi alvo de toneladas de meteoróides.
A maioria tem o tamanho de grãos de areia e ganha o nome de "micrometeoróide". São praticamente imperceptíveis pelos terráqueos. Os poucos que cruzam os céus deixando um rastro de luz são chamados de meteoros. E os que chegam à superfície do planeta, em número ainda menor, merecem ser chamados de meteoritos.
O bombardeio cósmico é uma constante do Sistema Solar, mas já foi pior. Há 4 bilhões de anos, a chuva de meteoros era pesadíssima, e as marcas são visíveis na superfície repleta de crateras da Lua.
O processo de formação dos planetas, ou "acresção", consistiu no acúmulo de massa por meio da atração gravitacional. Foi um processo mais intenso no passado distante, mas pedaços de planetas, ou asteróides, ainda estão à solta.
As chances de algo semelhante acontecer de novo são pequenas, mas existem -algo parecidas com as chances de um meteorito menor cair na cabeça de alguém. Em 1947, 23 toneladas de meteoritos de ferro caíram em uma área de 5 km2 na Sibéria, mas ninguém morreu.
Os astrônomos conhecem uns 130 asteróides cujas rotas podem cruzar a órbita da Terra, mas estimam que podem existir pelo menos 2.000 deles. Há quem calcule que as chances de um desses acertar a Terra nos próximos 50 anos é de 1 em 10 mil, se tanto.
Há quem especule que, periodicamente, a movimentação de uma "estrela assassina" cause uma chuva de meteoróides e cometas, alguns dos quais poderiam causar extinções em massa na Terra.
O impacto seria equivalente ao de um vasto arsenal nuclear. Há uma cratera no Canadá de 4 km de diâmetro. A Namíbia tem um meteorito de 55 toneladas. Uma pessoa teria de ser muito azarada para estar no caminho de algo assim.
Em 1993, foi a vez do asteróide Tutatis, com 6,4 km de comprimento, passar a 3,5 milhões de km. O nome homenageia o deus gaulês. Como se sabe pela leitura dos quadrinhos de Asterix, tudo o que os gauleses mais temiam era o céu caindo sobre suas cabeças.

Texto Anterior: Astrônomo diz que gelo veio de cometa
Próximo Texto: Camelôs querem demissão de secretário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.