São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Coquetel' revolucionou terapia

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O uso do "coquetel" de drogas anti-HIV é considerado uma revolução nas terapias contra a Aids desde o surgimento da doença no início dos anos 80.
Ele começou a ser usado em 95 e ficou famoso no ano passado, quando foram divulgados resultados de tratamentos nos EUA em que a quantidade de vírus em alguns pacientes foi reduzida a níveis indetectáveis.
Antes do coquetel, os doentes de Aids eram tratados apenas com inibidores da transcriptase reversa, uma enzima que atua na fase inicial do ciclo de reprodução do vírus no organismo. O AZT é o mais conhecido deles.
Depois de algum tempo, o AZT começou a não ter mais efeito contra o HIV. No início dos anos 90, começaram a surgir os inibidores de protease, outra enzima que atua na fase final da vida do vírus.
Em 1995, o infectologista norte-americano David Ho começou a tratar portadores do vírus com a combinação das duas drogas, que ficou conhecida como coquetel.
No ano passado, Ho divulgou os resultados positivos em uma conferência no Canadá. Em São Paulo, o coquetel começou a ser distribuído pela rede pública de saúde em novembro do ano passado apenas para pacientes na fase final da doença.
A secretaria avalia que hoje cerca de 15 mil doentes recebem algum tipo de medicamento anti-HIV no Estado. Não se sabe, no entanto, quantos doentes estão recebendo o coquetel na região.
(LM)

Texto Anterior: Seringa deve ser trocada em SP
Próximo Texto: Recuo da epidemia da Aids é menor para as mulheres
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.