| São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997 |
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Afinal, Deus existe?
FABRIZIO RIGOUT
Quando uma situação difícil termina bem, ou quando um problemão se resolve, é normal agradecer a Deus. Principalmente quando os acontecimentos estão fora de nosso controle. Deus-explicação Deus é alguém que sabe de tudo e está em todos os lugares. É assim para a maioria das religiões monoteístas (que crêem num Deus só). Um jeito de se comunicar com ele (ou ela, não se sabe), é por meio de rituais. Para tratar com Deus, as pessoas pensam, cantam, dançam e rezam, a sós ou em grupo. É preciso procurar cuidadosamente pelos sinais da vontade dele. Se alguém morre num acidente, se as árvores dão flores, se duas pessoas se apaixonam, todas essas coisas meio inexplicáveis podem ser sinais da vontade de Deus. Depende de quem acredita. Os botânicos sabem que flores são um meio para a reprodução das plantas, e não um milagre de Deus. Psicólogos e artistas também têm teorias para explicar as paixões. Mas experimente perguntar "por quê?" até cansar. Assim: mas por que existem árvores e paixões? Para que elas foram criadas? Uma hora você chega a um "por quê?" irrespondível. "Deus quis assim" é uma resposta possível nessa hora. As pessoas acreditam em Deus sem que se precise provar para elas que ele existe. Reunião com Deus Religião é uma palavra que vem de religar, ou seja, unir novamente. A pessoa teísta (que crê num deus criador) se importa com a realidade que existia antes de ela nascer. Ela quer compreender como veio ao mundo e também o que vai acontecer depois da morte. Assim como se acredita que Deus criou o homem, é possível pensar que o homem inventou Deus. Uma coisa é certa: foram os homens que criaram as igrejas, os livros sagrados, as orações, os rituais e as leis religiosas -ainda que sob as ordens de Deus. Texto Anterior: Família e infância Próximo Texto: Tipos de religião Índice |
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