São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alemanha faz megaoperação contra cheias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Alemanha realiza a maior operação militar desde a Segunda Guerra Mundial para retirar do leste do país pessoas ameaçadas pelo nível crescente das águas de rios da região.
O rio Oder, que marca parte da fronteira entre a Alemanha e a Polônia, rompeu dois grandes diques que continham suas águas, inundando duas vilas. O rio Neisse, também no leste, ameaça transbordar.
Cerca de 1.500 guardas de fronteira e 5.400 soldados, ajudados por 65 helicópteros e 100 barcos, trabalham nas operações de retirada e para reforçar os diques que ainda resistem à pressão das águas.
"Quase todas as forças que pudemos mobilizar em caráter de emergência estão lá", disse Manfred Kanther, ministro do Interior.
Autoridades alemãs prevêem que aconteça um desastre se os diques da região de Oderbruch, ao norte da cidade de Frankfurt-an-der-Oder, uma das maiores cidades da área, se romperem.
Há mais de 250 anos, a região foi drenada para servir à agricultura e passou a ser protegida das águas do Oder por grandes diques.
Sirenes de incêndio e sinos de igreja soavam enquanto TVs transmitiam mensagens para que os 5.000 habitantes de 17 vilas de Oderbruch se retirassem do local. Segundo as autoridades, todos os 20 mil habitantes da região podem ter de abandonar suas casas.
As operações de retirada, porém, caminham a passo lento, segundo fontes oficiais. "Como não há água aqui, ninguém quer sair", disse um habitante da vila de Zaeckericker, em Oderbruch.
"Não temos idéia de quando essa catástrofe vai acabar", afirmou Manfred Stolpe, premiê do Estado de Brandemburgo, a região atingida pelas cheias. Segundo Stolpe, as enchentes são as piores dos últimos mil anos. Mais de 1.000 km2 podem ser inundados em questão de horas se os diques se romperem, disseram autoridades.
O leste alemão sofre as consequências das chuvas torrenciais que atingem países vizinhos onde nascem alguns de seus principais rios. Nas últimas semanas, mais de cem pessoas morreram em consequência das enchentes na Polônia e na República Tcheca.
Ajuda à Polônia
Cerca de US$ 10 milhões em ajuda humanitária foram enviados por dezenas de países e organizações internacionais à Polônia, enquanto os meteorologistas prevêem novas chuvas para a região.
O porta-voz do comitê polonês criado para enfrentar as cheias, Krzysztof Pomes, disse que há riscos de novas enchentes.
"Não esperamos mais transbordamentos, mas há riscos porque os diques, danificados por essas três semanas de chuvas, podem não resistir", disse.

Texto Anterior: 'Intocável' assume a Presidência da Índia; Corte dos EUA condena o mafioso Gigante
Próximo Texto: GIA afirma que seu líder continua vivo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.