São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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'Forças superiores' dão triunfo a Berger

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que a lógica fria da F-1 ficou em segundo plano, Gerhard Berger venceu o GP da Alemanha, a décima etapa do Mundial.
Perfeito, o austríaco largou na pole, optou pela melhor tática e ainda registrou a volta mais rápida. Ultrapassou, não errou e comemorou de forma discreta e emocional a décima vitória da longa carreira de 203 GPs.
"Foi um dos fins-de-semana mais especiais de minha vida. Uma corrida memorável. Sinto que tive algumas forças especiais a meu lado", declarou.
Berger não quis explicar o aspecto esotérico da frase, mas, sem dúvida, tinha relação com a morte de seu pai, Johann Berger, vítima de um desastre aéreo há algumas semanas na Áustria.
Para completar, Berger vinha de quase dois meses de inatividade, três corridas perdidas devido a uma sinusite, que o obrigou a duas intervenções cirúrgicas.
Não bastassem esses problemas, o austríaco, ao chegar à Alemanha na última quinta, anunciou sua saída da Benetton nesta temporada, que acabou traduzida como um pedido de aposentadoria.
Berger, no entanto, mostrou grande forma durante todo o evento e colocou Flavio Briatore, diretor da Benetton, novamente no pódio, o que não acontecia desde que Michael Schumacher deixou a equipe, no final de 95.
Ao bicampeão mundial, restou comemorar o segundo lugar com a torcida alemã. Mika Hakkinen, da McLaren, foi o terceiro.
Jarno Trulli, da Prost, foi o quarto, marcando seus primeiros pontos na categoria. Ralf Schumacher, da Jordan, foi o quinto, seguido por Jean Alesi, da Benetton.
Um fim-de-semana especial para o austríaco, atípico para a F-1. E com mais uma péssima apresentação da Williams, que viu seus dois pilotos abandonarem.
Heinz-Harald Frentzen se estranhou com Eddie Irvine na primeira volta -ambos voltaram aos boxes com pneus furados, mas sem chances de prosseguir.
Jacques Villeneuve sobreviveu até a volta 34, sempre no pelotão intermediário. Numa chicane, errou a freada e abriu espaço para Trulli. O novato italiano forçou, e o canadense acabou na brita.
Falha imperdoável para quem disputa o título. E que deixou Schumacher abrir dez pontos no Mundial (53 a 43). E a Ferrari a nove da Williams na disputa de construtores (71 a 62).
Os brasileiros decepcionaram. Pedro Paulo Diniz, ao tentar ultrapassar Johnny Herbert, acabou batendo no Sauber do piloto inglês.
Rubens Barrichello padeceu com a nova versão do motor Ford, o Project 7. E Tarso Marques, com problemas de transmissão, não conseguiu deixar o grid. (JHM)

Com agências internacionais

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