São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Na Transamérica, o ouvinte é "o crítico"

ALEX PERISCINOTO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Transamérica aposta na diversidade de gêneros: rock, reggae, dance e pop. "Ninguém é igual ao outro", explica Marcelo Nascimento, 30, coordenador artístico.
Ele é o homem que escolhe as músicas que rolam na programação da rádio. "A faixa tem de ser boa, se encaixar no perfil do ouvinte", diz. O público da Transamérica tem entre 15 e 29 anos e faz parte das classes A, B e C.
Marcelo conta com a ajuda de dois programadores para ouvir os CDs que recebe diariamente da gravadora. "O que eu não consigo ouvir na rádio, eu levo para casa."
Estagiários de 17, 18 anos também colaboram com sua opinião na reunião geral da rádio.
Para escolher uma música, o coordenador artístico conta com seu "feeling". "Também tenho formação, são 18 anos de rádio."
Outro critério para a música tocar na rádio é o sucesso em outros Estados e países -principalmente EUA e Inglaterra. "Aconteceu assim com o Hansom (EUA) e Gabriel, o Pensador (Rio)."
Mas, diz Marcelo, a música não entra direto na programação, estréia em programas específicos, aguardando retorno da audiência.
Os lançamentos são apresentados no "Rotações por Minuto", programa com três músicas, sendo sempre uma nova. O ouvinte pode ligar para registrar sua opinião.
É o público que decide a permanência de uma música na programação e se vai martelar o dia inteiro. "Utilizamos como fonte de referência o telefone para pedidos de músicas, que funciona 24 horas."
Além de dizer qual música gostaria de ouvir na programação, o ouvinte é instigado a revelar aquela de que não gosta. "Assim temos como saber o nível de rejeição que determinada música tem", diz. "A música bem pedida fica mais tempo na programação. O ouvinte funciona como crítico."
Segundo Marcelo, a faixa que permanece muito tempo no ar, geralmente fica saturada e o índice de rejeição começa a aumentar.
Nesses casos, a execução diminui até sair da programação. Vai então para o arquivo da rádio e só voltará na programação de "midiback" (sucessos de até três anos atrás).
Quanto ao famoso jabá, Marcelo garante: "Não acontece aqui. Apenas recebo meu salário e prêmios pelo aumento da audiência."
(AP)

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