São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997 |
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Cox descobre Buñuel que gostava de insetos
CRISTINA GRILLO
Cox, que está no Rio para apresentar "Death and the Compass", seu mais recente filme, no 13º Rio Cine, conta que agora capta recursos para a realização dos dois projetos. "O que fechar primeiro o orçamento eu filmo", disse em entrevista à Folha. Cox e a mulher, a roteirista Tod Davies, já estão com os dois roteiros prontos. "Waldo's Hawaiian Holiday" vai contar o que aconteceu com o personagem principal de "Repo Man". "O personagem interpretado por Estevez reaparece depois de 14 anos, mas ele acha que ficou 'fora do ar' por apenas cinco minutos", explica o diretor, que pretende filmar "Waldo's" na cidade de Oxnard, uma espécie de cidade-dormitório entre Los Angeles e Santa Bárbara, no litoral da Califórnia. Cox prefere não falar em uma continuação, por um motivo simples: os direitos da sequência de "Repo Man" pertencem aos estúdios Universal. Por isso o personagem de Estevez ganhou outro nome -Waldo. "'Repo Man' não me pertence mais, mas Waldo agora é meu", ironiza. O filme sobre Buñuel já tem um título provisório para o mercado de língua espanhola: "Los Insectos -Mi Negocio". Tod Davies explica que o título surgiu durante suas pesquisas sobre o cineasta. "Ele queria ser entomologista, uma coisa que pouca gente sabe", disse. O título em inglês ainda não está definido. Cox pretendia traduzir o título em espanhol para o inglês -assim, o filme se chamaria "Bugs Are My Business". "Gostei da sonoridade, mas acho que posso ter um problema. Nos EUA, quando se coloca a palavra bugs (insetos) no título de algum filme, as pessoas imediatamente associam ao Bugs Bunny (Pernalonga). Estou com medo de confundirem um filme sobre Buñuel com um filme do Pernalonga", disse Cox, rindo. Cox já tem alguns nomes com participação confirmada no filme sobre Buñuel. As atrizes Jeanne Moreau e Salma Hayek estão entre eles. Para o papel principal, ainda não há definição. O diretor conta que Francis Ford Coppola, ao saber do projeto, sugeriu o nome de Al Pacino. O ator também teria se interessado. "Seria ótimo, mas não tenho orçamento para um filme com Pacino. Estou pensando em gastar em torno de US$ 4 milhões. Com Pacino, o orçamento subiria para pelo menos US$ 8 milhões. E aí, os investidores começariam a dar palpite na produção, o que eu não quero que aconteça." "Death and the Compass", filme que Cox trouxe para o Rio Cine, é baseado em um conto do escritor argentino Jorge Luis Borges. Há cerca de três anos, o diretor foi convidado pela BBC para adaptar o conto. "Fiz um filme de 15 minutos e gostei da idéia. Ano passado resolvi voltar ao mesmo tema e filmei mais uma hora", contou. Em "Death and the Compass", Cox procurou retratar o universo de Borges. "O que mais me impressiona é como ele consegue, em poucas páginas, criar um clima tão denso", disse. No filme, o detetive Lonnrot (Peter Boyle) tenta solucionar uma série de assassinatos que podem ter causas sobrenaturais. A partir daí, Cox mostra paisagens oníricas, usando cores saturadas. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Dubladores discutem greve Índice |
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