São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Masp quer compilar seu acervo de 5.300 obras em catálogo

Projeto tem custo total estimado em R$ 798 mil

FERNANDO PAULINO NETO
EM SÃO PAULO

O Masp pretende editar até dezembro um catálogo de quatro volumes compilando todas as obras de seu acervo. O projeto, orçado em R$ 798 mil, fecha as atividades do cinquentenário do museu.
Três dos quatro patrocinadores necessários já estão acertados. São eles a Volkswagen, BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo) e Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), segundo disse o diretor-geral da editora Prêmio, responsável pela parte editorial do projeto, Marino Lobello.
Lobello disse que o catálogo sairá "de qualquer maneira", mas espera acertar com o quarto patrocinador esta semana.
O trabalho de catalogação de 5.300 obras do Masp está sendo dirigido pelo professor de história da arte Unicamp, Luiz Marques, que deixa o cargo de curador-chefe do Museu hoje. Os livros terão cerca de 300 fotos e mil páginas cada um.
Marques disse que uma das razões para ter se afastado da curadoria é ter tempo para poder se dedicar a projetos como o do catálogo. Marques diz que está trabalhando "há anos" nessa obra e que "se der uma arrancada, sai até o fim do ano".
Os quatro volumes estão divididos em arte italiana e ibérica; arte francesa; escolas do norte (Alemanha, Inglaterra, Holanda); e arte brasileira e outras coleções, segundo Marques.
O presidente do Masp, Julio Neves, disse que o Masp já tem muito material publicado, mas que a idéia é juntar tudo nesses quatro volumes.
Segundo Lobello, cada cota de patrocínio é de R$ 170 mil, e os R$ 118 mil restantes serão bancados pelo governo do Estado por intermédio da lei estadual de incentivo a cultura.
Num primeiro momento serão impressos 5.000 kits com os quatro volumes. Desses, mil serão impressos em inglês e os demais em português. Lobello informou que a obra editada será doada ao Masp, que será responsável pela comercialização.
O diretor-geral da Prêmio disse que há um ano está trabalhando no projeto e há quatro meses começou o "trabalho duro" para que a obra pudesse ficar pronta no final do ano.
Marques
Além do projeto do catálogo, Marques quer desenvolver atividades que possam desembocar na criação de um instituto de história da arte no Masp, juntando a
Escola do Masp, já existente, atividades de pesquisa e a produção editorial.
Marques disse que, ao assumir a curadoria, acreditou que conseguiria compatibilizar as atividades de pesquisador, pela qual se interessa mais, e a de "animador cultural", mas que não teve tempo para realizar as duas funções.
"A idéia que dá para fazer os dois é ingênua. O cargo de curador-chefe é mais de animador cultural, de organizador de eventos", disse Marques.
A atividade de pesquisa é apenas uma das que Marques fará depois de entregar oficialmente a curadoria. Ele também voltará às tarefas acadêmicas no departamento de História da Unicamp. Lá, dará um curso de graduação sobre a capela Sistina e orientará os alunos de pós-graduação de História da arte.
O professor permanecerá à frente da curadoria da exposição de Michelangelo, que começa dia 10 de setembro no Masp. Depois, entre 13 e 15 de outubro, organizará um congresso internacional de especialistas em Michelangelo, com a presença de representantes de universidades e também de museus europeus.
Julio Neves disse que o vice-curador-chefe, Luís Osaka, que, segundo ele, "está no museu há 40 anos", ficará no lugar de Marques até que o Masp sofra uma reformulação em sua estrutura organizacional, que ainda não tem data definida.
O presidente do museu também afirmou que "ninguém de fora" será convidado.

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