São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Construtor quer manter obras em Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O empresário judeu Irwing Moskowitz afirmou ontem que tem direito de construir casas para israelenses em Jerusalém oriental e que vai manter seus planos, apesar da crise política que isso possa causar.
Na semana passada, a Prefeitura de Jerusalém aprovou plano de construção de dezenas de casas no bairro de Ras al Amoud, onde vivem cerca de 11 mil árabes.
"Essa não é uma questão política. É sobre o direito de um proprietário de dispor de seus bens. Negar-me esse direito porque sou judeu e porque os árabes se opõem a isso é racismo", disse o norte-americano Moskowitz. No sábado, circularam rumores de que o empreendedor desistira do projeto.
O empresário não quis dizer quando pretende iniciar as obras.
A aprovação do plano gerou indignação entre palestinos, que querem Jerusalém oriental como a capital de eventual Estado seu, e foi criticada até por Binyamin Netanyahu, premiê de Israel.
Netanyahu já enfrenta problemas com os árabes devido a outra construção de casas para israelenses em Jerusalém oriental.
As negociações de paz com os palestinos estão paralisadas desde que o governo do premiê, sustentado por uma coalizão de direita religiosa, iniciou a construção de um assentamento em Har Homa, a periferia de Jerusalém oriental.
O dirigente israelense se comprometeu a impedir as obras de Ras al Amoud. David Bar-Illan, porta-voz de Netanyahu, porém, reconheceu que Moskowitz tem o direito legal de construir as casas.
Ontem, segundo a TV Canal Um, de Israel, dois vereadores israelenses de esquerda de Jerusalém entraram com recurso contra a aprovação do plano, suspendendo as construções. A medida, no entanto, parece ter pouca eficácia. "O recurso apenas adia o problema. Não o resolve", disse Bar-Illan. Um comitê municipal tem 30 dias para decidir sobre a questão.
A construção de casas para israelenses em Jerusalém oriental é o ponto mais sensível das negociações de paz entre palestinos e Israel. Os colonos judeus, porém, estão espalhados por toda a Cisjordânia e estão decididos a não abrir mão de suas casas.
Pesquisa do Centro para Estudos Estratégicos Begin-Sadat divulgada ontem mostrou que 67% dos colonos da Cisjordânia se recusam a devolver suas terras em troca de indenização. Dos entrevistados, 511 ao todo, 13% disseram que pegariam em armas para defender sua propriedade. Os colonos, que se sentem protegidos no governo do direitista Netanyahu, apostam na falência do processo de paz -32% disseram que as tropas israelenses reocuparão territórios entregues aos palestinos.

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