São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Polícia do Rio vai apurar tráfico de arma

DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Hélio Luz, vai ordenar a abertura de inquérito administrativo para apurar as denúncias veiculadas ontem à noite pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, sobre o mercado clandestino de armas no Estado.
A reportagem flagrou, com câmeras escondidas, duas negociações ilegais de armas. Na primeira, o agente da PF (Polícia Federal) Hélcio Garcia vende uma metralhadora Ruger, fabricada nos EUA, por US$ 3.500, ao engenheiro César Marques Rocha Filho.
Na outra, o ex-policial civil Marcos José Novaes dos Santos negocia dois fuzis, uma pistola calibre 45 e munição por US$ 9.000 a um falso fazendeiro.
Na negociação de que participa, Santos afirma que adquire as armas na Secretaria da Segurança Pública (SSP) e na Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Hélio Luz disse que conversaria ainda ontem com o delegado titular da DRE, Cláudio Góes, sobre as denúncias. O delegado não foi localizado pela Folha.
Sobre Santos, disse que é caso de abertura de inquérito criminal. Santos foi expulso da Polícia Civil por assaltar postos de gasolina e negociar carros roubados.
Luz afirmou, porém, que não acredita na possibilidade de criminosos comprarem armas na DRE ou em delegacias. "Existe um controle muito rígido."
Além disso, segundo ele, o governo do Estado não possui fuzis AR-15, uma das armas negociadas por Santos no flagrante exibido. "É pouco provável que exista desvio de armas para a DRE."
Luz culpou os fabricantes pelo comércio ilegal de armas. "Como é que eles vendem sem saber para onde as armas vão?", disse. Segundo ele, os fabricantes operam em associação "com o narcodólar" (traficantes internacionais).
O superintendente da PF no Rio, Jairo Kuhlmann, disse que vai abrir inquérito para apurar o envolvimento de Garcia no tráfico de armas. Na casa do secretário da Segurança Pública, Nilton Cerqueira, a informação era de que ele não estava atendendo à imprensa.

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