São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Medo da febre aftosa faz SP controlar gado trazido do Rio

Doença prejudica exportações

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Agricultura de São Paulo vai intensificar o controle sanitário sobre o trânsito de bovinos na divisa com o Rio de Janeiro.
A medida acontece depois de o Estado fluminense ter registrado seis casos de febre aftosa em seu rebanho no primeiros semestre deste ano.
São Paulo está sem registrar ocorrência da doença há 17 meses. O aparecimento de um foco pode significar a continuidade da proibição das exportações de carne "in natura" do Estado para o principal mercado consumidor: a União Européia.
Assim que completar dois anos sem registrar focos de febre aftosa no rebanho, o governo de São Paulo poderá pedir a liberação das exportações para a União Européia.
No primeiro semestre, as exportações de carne "in natura" somaram US$ 82 milhões. As vendas externas de carne industrializada totalizaram US$ 105 milhões.
Pecuaristas paulistas, preocupados com a possibilidade de contágio, estavam pressionando o governo de São Paulo para que intensificasse o controle sanitário.
O Estado do Rio de Janeiro é pouco representativo para a pecuária nacional -tem menos de 2% do rebanho nacional. O trânsito de animais para São Paulo é reduzido.
No entanto, mesmo com um pequeno comércio de animais e produtos derivados do Rio de Janeiro para São Paulo, o risco de contágio existe, segundo João Gilberto Bento, secretário-geral do Fundepec (Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo), entidade que representa os pecuaristas.
"As instruções são para parar os caminhões que transportam gado e pedir a guia de trânsito animal do Ministério da Agricultura", afirmou o secretário.
A medida é só para bovinos."Soubemos na semana passada que regiões do Rio estavam com focos da doença", disse.
Prejuízos
A febre aftosa é uma doença causada por vírus e provoca lesões na boca e nos cascos dos animais.
O Brasil teve aproximadamente 150 focos da doença no ano passado, segundo João Gilberto Bento, do Fundepec. Desse total, 90% dos casos ocorreram nas regiões Norte e Nordeste, afirmou.
Se todo o rebanho brasileiro fosse imunizado, só em vacinas deveriam ser gastos R$ 150 milhões, anualmente.

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